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Aumento de serviços de entrega eleva internação de motociclistas acidentados

Para especialista, situação é de 'carnificina' e retrato de situação social e econômica de vítimas
Amanda Omura

Amanda Omura

O Ministério da Saúde divulgou nesta quinta-feira (27) boletim em que aponta que o aumento na frota e de "serviços de tele-entregas, em sistemas de trabalhos precarizados e sem nenhuma garantia ou direito ao trabalhador" levou ao crescimento nos acidentes de trânsito com motociclistas em todo o país.

Segundo o documento, entre 2011 e 2021, o número de internações envolvendo motociclistas acidentados cresceu de 70.508 para 115.709 - o equivalente a 13 internações por hora. Só em 2021, o custo destas internações para o SUS foi de R$ 167 milhões.

O boletim mostra que as mortes em acidentes de trânsito caíram no período, de 43.256 para 31.468. Mas entre os motociclistas o número permaneceu estável, passando de 11.485 para 11.115 -- o que elevou a participação dos motociclistas nos óbitos de 26,6 para 35,3%.

Para o ministério, uma questão relevante para o problema envolve o aumento no tamanho da frota de motocicletas, que cresceu de 18,4 milhões em 2011 para 30,3 milhões em 2021. E o aumento da frota, segundo a Saúde, está ligado a novas condições de trabalho, principalmente após a pandemia de Covid.

"Esta tendência, que se agravou após a pandemia em 2020, guarda relação com crises estruturais do transporte público, demandas por serviços de tele-entregas, em sistemas de trabalhos precarizados e sem nenhuma garantia ou direito ao trabalhador, somada às vantagens que estes veículos apresentam, do ponto de vista individual (tráfego fácil, estacionamento, baixos custos de aquisição e manutenção)", diz o documento.

Questão social
Segundo as estatísticas do ministério, 88,1% das vítimas fatais dos acidentes em 2021 eram homens, 64,9% eram negros e cerca de 40% tinham menos de 30 anos.

Os dados também mostram uma situação de desigualdade regional na mortalidade dos acidentes. Enquanto a taxa nacional foi de 5,7 mortes/100 mil habitantes em 2021, o Piauí registrou uma taxa de 17,6, com Mato Grosso (14,7) e Tocantins (13,8) completando os estados com as piores taxas.

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