O acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 10.267 km², de janeiro até o último dia 30 de dezembro de 2022, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Essa é a pior marca da série histórica anual do Deter, o sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real do instituto.
O índice leva em conta o chamado ano civil, ou seja, o período total de janeiro a dezembro. Antes mesmo de fechar o ano, em outubro do ano passado, os dados do instituto já apontavam para esse recorde.
Agora, com os dados completos de 2022, o acumulado de alertas de desmatamento em dezembro de 2022 na Amazônia foi de 218,41 km².
O número equivale ao tamanho da cidade do Recife (PE) em área. Dessa forma, esse é o terceiro pior dezembro da série histórica do Deter, atrás apenas de 2017 e 2015, quando as áreas de desmate chegaram a 288 e 266 km², respectivamente.
Além disso, o índice representa um aumento de 150% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Embora dezembro de 2021 tenha registrado um número relativamente mais baixo de desmate (87 km²), o início de 2022 apontou a maior taxa de alerta para um primeiro semestre em sete anos de medição na Amazônia Legal, região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão.
Como dezembro, janeiro, fevereiro e março são meses chuvosos na maioria dos estados que englobam o bioma, as taxas de desmatamento são tipicamente menores durante esses meses.
No entanto, as taxas registradas no começo do ano passado se comparam aos registros da estação seca em anos onde houve maior ação contra os crimes ambientais.
Em janeiro foram 430,44 km² de área sob alerta de desmatamento. A média para o mês no período entre 2016 e 2021 é de 162 km²; a taxa atual foi 165% maior.
Já em fevereiro foram 199 km² de áreas sob alerta de desmate; a média entre 2016 e 2021 é de 135 km²: o número registrado neste ano foi 47% maior.