Pesquisa do Instituto Datafolha publicada nesta terça-feira (29) no jornal "Folha de S.Paulo" mostra que 53% dos brasileiros acham que a corrupção vai aumentar daqui para a frente. Segundo o jornal, na pesquisa anterior, de dezembro de 2021, este número era de 36%. Outros 17% ouvidos na pesquisa mais recente acham que os casos de corrupção vão diminuir, e 26% entendem que o cenário não se modificará. 4% não sabem.
Escândalo
Feita na terça (22) e quarta-feira (23), a pesquisa, que ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos, em 181 cidades de todo o país, foi realizada em meio às denúncias que atingem o Ministério da Educação, até então sob comando de Milton Ribeiro, que deixou o cargo nesta segunda-feira (28). Em um áudio revelado no início da semana passada, o ministro diz que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), repassava verbas do ministério para municípios indicados pelos pastores.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
De acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", o índice de agora mostra uma alta do pessimismo do brasileiro em relação ao levantamento de dezembro de 2021, mas ainda distante do pico alcançado em março daquele ano, quando 67% dos entrevistados achavam, na ocasião, que a corrupção aumentaria. Na mesma pesquisa, de março, 8% achavam que a corrupção iria reduzir (menor índice).
Os resultados:
Corrupção vai aumentar: 53% (36% em dezembro de 2021, 61% em setembro, 56% em julho e 67% em março)
Corrupção vai diminuir: 17% (30% em dezembro de 2021, 11% em setembro, 13% em julho e 8% em março)
Corrupção vai ficar como está: 26% (29% em dezembro de 2021, 24% em setembro, 26% em julho e 23% em março)
Não sabem: 4% (4% em dezembro de 2021, 3% em setembro, 5% em julho e 3% em março)
Expectativa
Segundo o Datafolha, a expectativa do aumento de corrupção é maior entre os que ganham até dois salários mínimos e os quem têm ensino fundamental, 59%; e entre as mulheres, 58%. É menor entre os que recebem mais de dez salários: 38%.
A expectativa de redução na corrupção é superior entre homens, 20%; quem tem ensino superior, 20%; e pessoas com renda acima de dez salários, 26%.