A modelo e jornalista Lygia Fazio morreu aos 40 anos, nesta quarta-feira (31), cerca de um mês após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com amigas de Lygia, há pelo menos três anos a modelo usou silicone industrial e o chamado PMMA em procedimentos estéticos. Desde então, teve uma série de problemas de saúde e tentava retirar as substâncias do corpo.
O uso de silicone industrial para fins estéticos é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aplicação do produto no corpo humano é considerada crime no Brasil.
PMMA é uma sigla para polimetilmetacrilato, um componente plástico que pode ser usado em forma de gel para preenchimento cutâneo apenas em duas situações, segundo a Anvisa: para corrigir pequenas irregularidades no corpo e em casos de lipodistrofia (perda de gordura facial que pode acontecer em pacientes com Aids por conta dos medicamentos usados no tratamento da doença).
O que é silicone industrial?
O silicone industrial é um líquido comum em fábricas, usado para limpeza de peças de avião e de carros, vedação de vidros, lubrificação, impermeabilização de azulejos, entre outras funções. Esse produto nunca deve ser utilizado no corpo humano, de acordo com a Anvisa.
É uma substância bruta, de aspecto oleoso, e não adequado para o organismo. Por ser um líquido, ao ser aplicado em uma determinada região, o silicone industrial pode se espalhar para outras áreas do corpo, se misturando a tecidos e órgãos, tornando difícil a sua remoção.
O que é o PMMA?
No Brasil, a Anvisa exige registro para uso do PMMA para preenchimento subcutâneo, pois é uma substância considerada de máximo risco. De acordo com o órgão, há registros de produtos para essa finalidade há mais de 10 anos no país.
Com o registro, o PMMA só pode ser usado para correção volumétrica facial ou corporal, uma forma de tratar irregularidades ou depressões no corpo, ou em casos de lipodistrofia, uma condição de perda de gordura facial que pode acontecer em pacientes com Aids por conta do uso de antirretrovirais.