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Censo 2022: população que vive nas ruas segue invisível nas estatísticas oficiais

Metodologia adota pelo IBGE estabelece o recenseamento exclusivo da população domiciliada
Amanda Omura

Amanda Omura

Basta ter olhos para ver o aumento avassalador de pessoas vivendo nas ruas das grandes cidades brasileiras desde o começo da pandemia. Porém, ser vista não basta para que essa população seja lembrada e incluída em políticas públicas – ela precisa ser contada, mas não é.

Excluídos do Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros que vivem em situação de rua tendem a permanecer invisíveis nas estatísticas oficiais do país pelos próximos dez anos, quando nova operação censitária deverá ser realizada no país.

"O Censo Demográfico coleta as informações da população domiciliada. Então, é necessário que a pessoa tenha um domicílio como local de moradia permanente para que ela seja recenseada. Aquelas pessoas que moram fora de domicílio, moram na rua efetivamente, elas não serão recenseadas", esclareceu o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.

Precariedade recenseada
Duarte ressalvou que “mesmo as pessoas que moram em situação de precariedade extrema, em alguma estrutura domiciliar muito inadequada, serão recenseadas”.

O gerente do Censo afirmou que “pessoas que vivem em barracas, trailers, dentro de carro, em qualquer estrutura que ela tenha como local de moradia permanente o seu domicílio, elas serão recenseadas, basta que esse domicílio seja considerado como uma estrutura, ainda que inadequada, com teto, com parede. Então, mesmo que seja de forma muito rudimentar o domicílio, estas pessoas serão recenseadas”.
Todavia, ao ser questionado se barracas, trailers e carros podem ser consideradas moradias permanentes mesmo que não estejam localizados em logradouros fixos, Duarte afirmou que “esses exemplos não constituem moradias permanente em hipótese alguma, estando ou não localizadas em um endereço fixo”.
“As barracas de lona, plástico ou tecido são consideradas domicílios improvisados em qualquer circunstância, exceto se utilizadas como estruturas para abrigamento institucional – caso dos abrigos de refugiados de Roraima”, disse.

Ele acrescentou que “a classificação dessas moradias, assim como de todos os demais tipos e espécies de domicílios é realizada em campo pelo recenseador a partir do treinamento recebido e com o apoio conceitual dos supervisores, quando necessário”.

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