O Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram quilombolas. É o que mostram dados do Censo de 2022 divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27).
Estes dados são inéditos, já que é a primeira vez que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar pessoas que se autodenominam quilombolas.
Veja os principais destaques do Censo de 2022 sobre o assunto:
O Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas – pessoas que têm laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vivem. Isso corresponde a 0,65% da população total do país.
São quase 474 mil domicílios com pelo menos um morador quilombola – e com a média de moradores mais elevada (3,17) do que a média nacional (2,79).
O Nordeste concentra quase 70% dos quilombolas, com grande destaque para os estados da Bahia e do Maranhão. Juntos, eles têm 50% dos quilombolas do país.
Mesmo com essa concentração, há quilombolas em todas as regiões do país e em quase todos os estados -- com exceção de Roraima e Acre.
Quase 1/3 dos quilombolas do Brasil estão na Amazônia Legal.
Das 5.570 cidades do país, 1.696 têm moradores quilombolas (30,5%).
87,41% dessa população vive fora de territórios oficialmente delimitados para quilombolas.
Historicamente, os quilombos eram espaços de liberdade e resistência onde viviam comunidades de pessoas escravizadas fugitivas entre os séculos XVI e XIX. Cem anos depois da abolição da escravidão, a Constituição de 1988 criou a nomenclatura “remanescentes de comunidades de quilombos” -- expressão que foi sendo substituída pelo termo "quilombola" ao longo dos anos.
Uma pessoa que se autodetermina quilombola tem, portanto, laços históricos e ancestrais de resistência com a comunidade e com a terra em que vive.
Cidades
Das 5.570 cidades do país, 1.696 têm moradores quilombolas (30,5%). Apesar disso, a maioria das cidades com quilombolas tem pouquíssimas pessoas com essa autodeclaração.
Pouco mais da metade destas cidades, por exemplo, tem menos de 200 quilombolas (888 cidades). Por outro lado, há uma grande concentração de quilombolas em poucos municípios do país.