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Com alta da inflação, 64% dizem ter reduzido gastos nos últimos seis meses, diz pesquisa

Inflação em março subiu para 1,62%, maior percentual para o mês desde 1994
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Amanda Omura

Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, com o aumento da inflação, 64% dos entrevistados disseram ter reduzido gastos nos últimos seis meses. Desses, metade informou ter feitos cortes "grandes ou muito grandes" nas despesas.

O levantamento, feito pelo Instituto FSB Pesquisa, ouviu 2.015 pessoas entre 1º e 5 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação em março subiu para 1,62%, maior percentual para o mês desde 1994, isto é, a maior dos últimos 28 anos. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação registra aumento de 11,30%.

Puxado principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, fechou 2021com aumento de 10,06%, o pior resultado em seis anos.

Cortes nos gastos
Saiba abaixo quais gastos os entrevistados disseram ter cortado nos últimos seis meses, segundo a pesquisa CNI:

34% deixaram de comprar material de construção;
29% cancelaram TV por assinatura;
24% deixaram de fazer refeições fora de casa;
23% deixaram de comprar eletrodomésticos;
16% reduziram gastos com combustível;
15% deixaram de consumir combustível;
15% deixaram de comprar roupas e sapatos;
14% afirmaram não usar mais transporte público;
12% cortaram a conta de celular.
Ainda segundo a pesquisa:

o impacto da inflação foi sentido nos últimos seis meses por 95% da população;
para 87%, os preços subiram "muito" nos últimos seis meses.

Cenário global
Ao analisar os resultados da pesquisa, o presidente da CNI, Robson Braga, afirmou que há "incertezas" no cenário global, o que tem causado temor na economia em todo o mundo.
"A guerra travada na Ucrânia trouxe mais incertezas para a economia global, o que impulsiona a inflação e desperta o temor de retrocesso da economia em todo o mundo", avaliou.

Para ele, diante dessa conjuntura, o Brasil precisa adotar as medidas para incentivar:
crescimento econômico;
geração de empregos;
aumento da renda da população.
"A principal delas é a reforma tributária. Não temos como fugir disso", opinou.

Estudo do Centro de Cidadania Fiscal estima que a reforma tributária sobre o consumo, discutida pelo Congresso Nacional nas últimas décadas, mas que segue travada, tem potencial para elevar o PIB do Brasil em no mínimo 10% nas próximas décadas.

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