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Copom projeta novo estouro da meta de inflação em 2022

Ata da reunião também avalia queda menor da Selic nos próximos meses, em razão de incertezas
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Amanda Omura

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central estimou nesta terça-feira (8) que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar acima do teto de 5% neste ano, o que representará, se confirmado, o estouro da meta de inflação pelo segundo ano consecutivo.

De acordo com o BC, a inflação deverá somar 5,4%. neste ano. A informação consta na ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia foi elevada de 9,25% para 10,75% ao ano — pela primeira vez em dois dígitos em quatro anos e meio. A instituição também indicou um aumento menor da Selic em março.

Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

O juro básicos, fixado a cada 45 dias nas reuniões do Copom, é o principal instrumento do Banco Central para conter o aumento de preços. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, pode reduzir os juros.

Na ata do Copom, o BC informou que uma "possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais [petróleo e alimentos, por exemplo] em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário de referência [IPCA de 5,4% em 2022]".
Entretanto, acrescentou que "por outro lado, políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura [alta dos gastos públicos em ano eleitoral] podem impactar negativamente preços de ativos importantes [como o dólar, e impulsionar a inflação] e elevar os prêmios de risco do país".
No último ano, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015 e acima do teto da meta de inflação, de 5,25%. Por conta disso, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, teve de escrever uma carta aberta, na qual avaliou que a alta nos preços de commodities (produtos básicos, como alimentos e petróleo), da energia e falta de insumos levaram país a superar a meta.

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