O dólar fechou em queda de 1,01%, cotado a R$ 5,1279, nesta quarta-feira (16),com o mercado repercutindo alívio nas tensões entre Rússia e Ucrânia e continuando a enxergar retornos atrativos na moeda brasileira. A cotação é a mais baixa desde 29 de julho do ano passado (R$ 5,0795).
A manutenção do tom do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deu mais fôlego a um movimento já em curso de fluxos de capital ao Brasil e que mais cedo já havia deixado o real entre as divisas com melhor performance no dia, mesmo quando pares emergentes perdiam valor.
Com o resultado, a moeda passou a acumular queda de 3,35% no mês e de 8,02% no ano.
Cenário
Na cena internacional, o foco de atenção seguiu com as tensões entre Rússia e Ucrânia. Nesta quarta, a Rússia anunciou o fim das manobras militares e a retirada de parte de suas tropas na península da Crimeia, reduzindo os temores de uma guerra na região.
Nos EUA, será divulgada nesta quarta a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano).
Participantes do mercado tem atribuído a performance do real nas últimas semanas à percepção de que o Brasil está atrativo para novos fluxos de dinheiro estrangeiro, com o patamar elevado dos juros básicos aumentando a rentabilidade do mercado de renda fixa local.
Quanto mais fluxo estrangeiro novo para o mercado acionário local, maior a oferta de dólar e, portanto, mais pressão de baixa sobre a moeda norte-americana.
Analistas alertam que a trajetória de queda do dólar frente ao real pode ser transitória.
"Essa revalorização do câmbio será desafiada, ao longo deste ano, pela expectativa de moderação nos preços das commodities, pelo aumento do juro básico nas economias centrais e pela perspectiva de que a corrida eleitoral brasileira ainda poderá trazer momentos de nervosismo e volatilidade aos mercados domésticos", alertou a LCA Consultores, em relatório sobre o cenário macroeconômico.