Você está em:

Inadimplência atinge68,4 milhões de brasileiros em setembro

Dívidas com cartões de crédito continuam como a principal razão para a inadimplência
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

O número de pessoas com dívidas em atraso no Brasil voltou a bater recorde pelo nono mês consecutivo e, de acordo com dados do Serasa Experian, em setembro o país contava com 68,39 milhões de inadimplentes.
Esse valor representa uma alta de 420 mil pessoas em relação ao mês imediatamente anterior, quando o número de brasileiros com contas atrasadas era de 67,97 milhões.

O levantamento diz que o desemprego segue como o principal motivo do endividamento neste ano. De todos os participantes da pesquisa, 29% responderam que o desemprego foi o fator preponderante para a aquisição de dívidas. No ano passado, esse número era de 30%.

Os principais impactados pelo desemprego no grupo de inadimplentes são os jovens com até 30 anos (33%) e as mulheres (31%).

Quais são as principais dívidas?
Segundo a instituição, o cartão de crédito segue sendo o principal motor das dívidas entre os inadimplentes. "Em linha com o ano anterior, as dívidas de cartão de crédito impactam 53% dos brasileiros endividados", destaca a pesquisa.

Dentro das dívidas com cartão, a grande maioria delas, 65%, é realizada em supermercados, com compras de alimentos. Na sequência, 48% das pessoas relatam dívidas com compra de produtos como roupas, calçados e eletrodomésticos, e outros 41% têm dívidas com remédios ou tratamentos médicos.
Outras razões para o endividamento no cartão são as compras de alimentos por delivery e os gastos com transportes e combustíveis, ambos presentes em 22% das respostas.

Em contrapartida, o estudo revela que as contas básicas - como água, gás e luz - tiveram uma grande queda entre as principais dívidas no mês de setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Neste ano, as contas básicas representam 19% das dívidas, enquanto em setembro de 2021 esse número era de 32%.

Matheus Moura, diretor de marketing do Serasa, afirma que essa queda nas dívidas com contas básicas pode indicar que, com a melhora no cenário de desemprego e os benefícios sociais (como o Auxílio Brasil) as pessoas passaram a priorizar esses gastos em relação a outros.

Dívidas há pelo menos um ano
De acordo com o levantamento, o número de dívidas com mais de um ano de atraso cresceu pelo segundo ano consecutivo, saindo de 67% dos endividados em 2021 para 71% em 2022.

O percentual de inadimplentes há mais de 12 meses neste ano é, inclusive, maior do que o registrado antes do início da pandemia de Covid-19: em 2019, eram 68%.

"Dentre os tipos de dívidas (com pelo menos um ano), as contraídas a partir do empréstimo do nome para terceiros são as com maior representatividade", pontua a instituição.

Posts Relacionados

Polêmica do PIX: 47 milhões de trabalhadores estão na informalidade ou devendo impostos

Polêmica do PIX: 47 milhões de trabalhadores estão na informalidade ou devendo impostos

A dependência do Brasil é maior, já que os EUA são os maiores importadores do mundo

PIX bate recorde em 2024, movimenta R$ 26,4 trilhões e terá novidades

PIX bate recorde em 2024, movimenta R$ 26,4 trilhões e terá novidades

Número de transações também bateu recorde no ano passado: foram 63,5 bilhões de operações

Formação de professores: governo pagará bolsa de  R$ 1.050 e mais valor extra

Formação de professores: governo pagará bolsa de R$ 1.050 e mais valor extra

Bolsa para universitários integra versão do Pé-de-meia licenciaturas, para estudantes da graduação

Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA

Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA

Inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, puxada por alimentação, educação e saúde

Alistamento militar feminino, novo salário mínimo, regras para bets e mais: o que muda em 2025

Alistamento militar feminino, novo salário mínimo, regras para bets e mais: o que muda em 2025

2,24 milhões de empregos formais foram criados no país entre janeiro e novembro deste ano

PIB da indústria de transformação deve crescer 3,5% em 2024, maior alta em três anos

PIB da indústria de transformação deve crescer 3,5% em 2024, maior alta em três anos

CNI espera uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB da indústria de transformação

Isenção do IR para R$ 5 mil: 32% dos trabalhadores seriam beneficiados

Isenção do IR para R$ 5 mil: 32% dos trabalhadores seriam beneficiados

Proposta do governo é de taxar quem ganha mais de R$ 50 mil por mês para bancar a perda

Copom eleva Selic para 12,25% ao ano e prevê novos aumentos em janeiro e março

Copom eleva Selic para 12,25% ao ano e prevê novos aumentos em janeiro e março

Inflação fora da meta no Brasil foi um dos fatores que mais pesaram na decisão, segundo o Copom

pt_BRPortuguese