Integrantes da equipe econômica do governo avaliam que o Brasil terá de buscar soluções internas diante de um cenário em que, em razão da invasão da Ucrânia pela Rússia, o dólar voltou a subir e o preço do petróleo, também.
Para assessores presidenciais, o Brasil estava vivendo um momento positivo na atração de capital estrangeiro em aplicações na Bolsa de Valores e no mercado financeiro, fazendo o dólar se desvalorizar e, com isso, compensar a alta do petróleo nas últimas semanas.
Agora, porém, os preços tendem a subir e podem pressionar ainda mais a inflação no país. E o cenário pode ficar ainda mais grave se o conflito se acirrar, em vez de ser encontrada uma solução negociada.
Um assessor disse que a piora no cenário internacional mostra "a importância de focarmos no que está ao nosso alcance: consolidação fiscal e reformas pró-mercado".
O Ministério da Economia prepara o lançamento, em março, de medidas que vão buscar reaquecer a economia neste início de ano.
O governo deve:
- lançar um programa de crédito de R$ 100 milhões para socorrer micro e pequenas empresas endividadas;
- autorizar um saque do FGTS para trabalhadores quitarem dívidas.
Ou seja, o governo não pode mais contar com um vento externo favorável e terá de agir internamente.
O Brasil pode enfrentar dificuldades na exportação de carnes para a Rússia e sofrer na importação de fertilizantes e adubos russos em razão das sanções econômicas anunciadas por países do ocidente.
Queda da bolsa
A invasão da Ucrânia pela Rússia derrubou as bolsas internacionais nesta quinta-feira (24) e fez o preço do petróleo passar de US$ 100 pela primeira vez desde 2014, com o barril do tipo Brent atingindo US$ 105.
Outros ativos considerados refúgios seguros, como o ouro, o dólar e o iene japonês, se valorizaram num momento de tensão elevada nos mercados.