A taxa média de juros cobrada pelos bancos em suas operações com pessoas físicas e com empresas registrou alta de 8,2 pontos percentuais no ano de 2022 e chegou a 42% ao ano em dezembro. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Banco Central.
O juro médio, nesse caso, foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 19,7% ao ano, em dezembro de 2021, para 23,1% ao ano no fim do ano passado. O aumento foi de 3,4 pontos percentuais.
Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 45% ao ano, em dezembro de 2021, para 55,8% ao ano no fechamento do último ano. A alta foi de 10,8 pontos percentuais.
Alta do juro básico
Com o aumento registrado no ano passado, os juros bancários médios subiram mais do que a taxa básica da economia, a Selic, que avançou 4,5 pontos percentuais (de 9,25% para 13,75% ao ano) no mesmo período.
O objetivo do ciclo da alta da taxa Selic, segundo o BC, foi conter as pressões inflacionárias decorrentes da pandemia da Covid, a alta dos preços dos combustíveis e dos alimentos (reflexo da guerra na Ucrânia).
Cheque especial e cartão de crédito
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa recuou de 127,9% ao ano, em dezembro de 2021, para 131,9% ao ano no fechamento do ano passado. O aumento foi de 4 pontos percentuais em 2022.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, avançou de de 347,4% ao ano no fim de 2021 para 409,3% ao ano em dezembro do ano passado.
O crescimento do juro do cartão de crédito rotativo foi de 61,9 pontos percentuais em 2022 e a taxa terminou o ano no maior patamar desde agosto de 2017 (428% ao ano). A série histórica do BC começa em março de 2011.
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Mesmo com a queda em setembro, o patamar da taxa rotativa de juros segue proibitivo. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e, segundo analistas, deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, avançou 14% em 2022, para R$ 5,32 trilhões.
Apesar do aumento, houve desaceleração na comparação com o ano de 2021, quando foi registrada uma expansão de 16,3% (valor ajustado).
O crédito a empresas cresceu 9,3% em 2022, na comparação com um aumento maior, de 10,5%, no ano anterior. Já o crédito às famílias cresceu 17,4% no último ano, após um aumento de 21% em 2021.