O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quarta-feira (9) que considera a "melhor linha de ação" utilizar royalties e dividendos da Petrobras para subsidiar combustíveis durante três ou quatro meses a fim de conter uma escalada nos preços para o consumidor.
O governo discute uma série de alternativas para evitar que a alta do petróleo no mercado internacional, provocada pela invasão russa à Ucrânia, eleve o preço dos combustíveis nos postos. O valor nas bombas tem impacto direto na inflação e na popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
Entre as alternativas avaliadas está utilizar royalties do pré-sal e os dividendos da Petrobras para custear esse subsídio.
"A melhor linha de ação, a linha de ação que causasse menos dano a posterior, seria usar os recursos de royalties e dividendos para dar um subsídio ao combustível e durante um período devidamente qualificado. Acho que isso daria uns R$ 13 bilhões, R$ 14 bilhões durante três ou quatro meses, até que essa situação do conflito amainasse e consequentemente o preço do petróleo voltasse a um nível mais adequado", disse Mourão.
Ainda na manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro deve se reunir com os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia), além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A pauta da reunião não foi divulgada, mas as autoridades devem focar em uma saída para evitar que as fortes altas no preço internacional do petróleo sejam repassadas integralmente pela Petrobras ao consumidor. A política de preços atual da estatal prevê que isso aconteça.
Debate no governo
O tema foi discutido durante reunião de ministros na terça-feira (8). A proposta permitiria o subsídio a partir de um gatilho de US$ 95 o barril de petróleo. Acima disso, o governo arcaria com R$ 300 milhões por ponto percentual de defasagem — na terça, o preço do barril alcançou quase US$ 130.