A empresa de comércio eletrônico Temu, concorrente de varejistas como Shopee, AliExpress e Shein, começou a vender produtos no Brasil nesta quinta-feira (6).
No site da empresa, os consumidores já conseguem comprar diversos itens, que vão de artigos de beleza e vestuário a eletrônicos e eletrodomésticos.
A inauguração da companhia conta com frete grátis para todos os pedidos, mesmo aqueles de valores mais baixos. A reportagem do g1 encontrou, por exemplo, itens que vão de R$ 1,19 (um colar de metal) a R$ 3,1 mil (kit de turbo para motor de automóvel).
A chegada da Temu ao Brasil acontece um dia após o Senado Federal aprovar a chamada "taxa das blusinhas", que impacta sites estrangeiros de vendas online. O texto, que já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, vai para sanção do presidente Lula, que pode mantê-lo ou vetá-lo.
Em caso de sanção, os produtos com preços de até US$ 50 serão tributados com um imposto de importação de 20%, além do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que vai para os estados, de 17% — e que já existia.
Remessa Conforme
No fim de maio, antes mesmo de iniciar oficialmente suas vendas no país, a Temu passou a fazer parte da lista de empresas certificadas no programa Remessa Conforme, da Receita Federal, que oferece isenção do Imposto de Importação para mercadorias até US$ 50.
Na ocasião, a Temu — que pertence ao grupo Pinduoduo — divulgou em seu site que a plataforma estararia disponível no Brasil "em breve" e detalhou o processo de compra dentro das normas.
Fim da isenção
Seguindo as regras aduaneiras, os 20% do imposto de importação serão cobrados em cima do valor do produto (mais eventuais cobranças de frete ou seguro), enquanto os 17% do ICMS vão incidir sobre o valor da compra já somado ao imposto de importação, explica Fabio Florentino, sócio da área tributária do escritório Demarest.
POR EXEMPLO: Uma compra que, no total, custe US$ 50 terá a cobrança, primeiro, dos 20% do imposto de importação, passando a custar US$ 60 para o consumidor final. Depois, haverá a incidência dos 17% do ICMS sobre esses US$ 60, com o valor final para o consumidor chegando a US$ 72,29 — ou cerca de R$ 390,36, com a atual cotação do dólar turismo.
Atualmente, com a isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50, o ICMS seria cobrado apenas em cima do valor da compra, os US$ 50, custando para o consumidor US$ 60,24 (ou R$ 325,30), uma diferença de R$ 65.
A taxação foi inserida, durante tramitação na Câmara, em um projeto sobre outro tema, que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), cujo objetivo é reduzir as taxas de emissão de carbono da indústria de automóveis até 2030.
Posts Relacionados
Empresas de apostas que não pediram autorização terão funcionamento suspenso
Bets terão que pagar R$ 30 milhões para começar a funcionar a partir de janeiro de 2025
Superquarta: entenda por que o BC do Brasil vai subir os juros, enquanto os EUA vão baixar
O banco central dos EUA deve finalmente dar início ao ciclo de redução dos juros americanos
Conta de luz: ministro fala em revisar bandeira tarifária
Brasil vive estiagem histórica que afeta negativamente as bacias das hidrelétricas, principal fonte do país
Eventos climáticos extremos dificultam produção agrícola em várias partes do mundo
Nos últimos 30 anos, o mundo perdeu US$ 3,8 trilhões em produção agrícola e pecuária
Como vai funcionar distribuição de botijões de gás para beneficiários do Bolsa Família
Governo lançou Política Nacional de Transição Energética, e texto ainda vai passar pelo Congresso
Como ajudar o esporte brasileiro e deduzir no Imposto de Renda?
A lei do incentivo ao esporte permite que os contribuintes façam doações a projetos desportivos
Desemprego cai em 15 estados no 2º trimestre de 2024, diz IBGE
As maiores taxas de desemprego por estados foram encontradas em Pernambuco (11,5%)
Marco temporal: STF começa a negociar conciliação sobre demarcação de terras
Supremo Tribunal Federal definiu que marco temporal é inconstitucional, mas Legislativo aprovou lei dizendo o oposto