Em meio à folia, os casos de importunação sexual tendem a aumentar, segundo especialistas: beijos forçados, toques não autorizados e até casos mais graves de abusos.
Para combater essas violências contra a mulher, a Ronda Maria da Penha, da Guarda Municipal do Rio, tem atuado desde o início do ano em blocos e vai estar também nos desfiles da Sapucaí.
"Há muitos relatos de homens que ficam à espreita em banheiros químicos e de estabelecimentos buscando encontrar alguém mais vulnerável. É necessário muito cuidado porque eles buscam, infelizmente, o crime de estupro. Se possível, peça sempre para alguém ir com você", destaca Erica Paes, especialista em segurança feminina.
"Infelizmente, ainda existem homens que acreditam ter poder e direito sobre o corpo de uma mulher. Fantasia não é convite, nem dá consentimento ao homem para ultrapassar os limites."
Dicas de proteção:
Cuidado com copos - prefira embalagens fechadas e copos térmicos com tampas;
Só entre em transportes de aplicativos autorizados, evite os clandestinos;
Em cada vagão do metrô, há dois botões de emergência. Quando acionados, o maquinista para, pergunta o que está acontecendo e solicita que um segurança vá até você;
No transporte público, evite sentar nos assentos mais próximos das janelas - facilita caso precise sair do local rápido;
Evite estar sozinha em meio à folia e mantenha contato com amigos e familiares.
“É um período de muita alegria, mas não de abuso. Todas as leis continuam valendo. Beijos forçados, puxões de braço ou cabelo, qualquer tipo de violência os agentes precisam ser acionados para que as vítimas sejam acolhidas e protegidas, além dos agressores responsabilizados”, afirma a líder operacional da Ronda da Maria da Penha, Glória Maria Bastos.
Durante as rondas são distribuídos panfletos informativos que explicam os tipos de violência que se enquadram na lei Maria da Penha, além das patrulhas e equipes para casos emergenciais – como prisões em flagrante.
“Infelizmente, em 2022, foram mais de 27 mil casos de importunação sexual registrados nas delegacias, a gente precisa combater essas violências, que são muito recorrentes no carnaval. A gente precisa mudar essa história”, destaca Erica.