Você está em:

STF discute se é necessário apresentar motivo para demissão de empregados públicos

Relator, ministro Alexandre de Moraes, entendeu que estatais não precisam apresentar as razões para a demissão
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (7) no sentido de que não é necessário apresentar motivação na demissão de empregados públicos — aqueles que atuam em empresas públicas e sociedades de economia mista, espécies de estatais. Ainda faltam votos de outros ministros.

As empresas públicas e sociedades de economia mista são ligadas aos governos e realizam atividades econômicas, concorrendo com empresas privadas.

Como exemplos estão o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Seus funcionários são admitidos por concurso público e, diferentemente de servidores efetivos, atuam regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ou seja, eles não têm a estabilidade do funcionalismo público que trabalha na Administração Direta (em órgãos públicos).

O caso concreto em análise no STF envolve a demissão de trabalhadores do Banco do Brasil, desligados em 1997 sem que fossem informados dos motivos do fim do contrato. Eles tinham sido aprovados por concurso público.

O grupo sustentou que, por seguirem princípios da Administração Pública — legalidade, moralidade e publicidade —, instituições desse tipo precisariam informar os motivos da dispensa de seus empregados. O Banco do Brasil argumentou que, como a empresa segue regras de direito privado, não precisam prestar os esclarecimentos. Mas o grupo citou uma decisão anterior do Supremo, que concluiu que, no caso dos Correios, os ministros votaram no sentido da necessidade de apresentar os motivos.
O tema tem repercussão geral, ou seja, uma decisão do tribunal vai orientar a definição de casos semelhantes em instâncias inferiores.

Na sessão desta quarta, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, apresentou seu voto. O ministro apontou que existem diferenças entre a situação dos Correios e das empresas públicas e sociedades de economia mista. Moraes lembrou que os Correios, por exemplo, atuam na prestação de um serviço público. As outras instituições realizam atividade econômica e em regime de concorrência.

O ministro também deixou claro que a falta de motivação para a dispensa não implica necessariamente em liberdade para o gestor fazer escolhas arbitrárias ao cargo, já que o acesso às vagas é feito pelo concurso público.

Posts Relacionados

Relator da Reforma Tributária retoma ‘imposto do pecado’ sobre bebidas açucaradas

Relator da Reforma Tributária retoma ‘imposto do pecado’ sobre bebidas açucaradas

Bebidas açucaradas – como refrigerantes, refrescos e chás prontos – no rol de produtos sujeitos ao imposto seletivo

‘Sem votos’ para ajuste fiscal, Câmara foca em projetos que anistiam armas ilegais

‘Sem votos’ para ajuste fiscal, Câmara foca em projetos que anistiam armas ilegais

O presidente da Câmara, Arthur Lira, que o governo não tem votos suficientes para aprovar o pacote do ajuste fiscal

Após casos em SP, Lewandowski diz que Estado não pode ‘compactuar’ com violência policial

Após casos em SP, Lewandowski diz que Estado não pode ‘compactuar’ com violência policial

Ministro afirmou ter confiança nas polícias e que acredita que os episódios de violência 'injustificável' são 'isolados'

Escala 6×1: Alckmin diz que reduzir jornada é ‘tendência’ no mundo inteiro e defende debate

Escala 6×1: Alckmin diz que reduzir jornada é ‘tendência’ no mundo inteiro e defende debate

A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) tem recolhido assinaturas para apresentar à Câmara dos Deputados

Lula envia ao Congresso projeto de lei que aumenta pena para crimes ambientais

Lula envia ao Congresso projeto de lei que aumenta pena para crimes ambientais

Proposta prevê que a pena para quem provocar incêndio florestal pode chegar a seis anos de reclusão

‘Temos que tirar de alguém’, diz Lula sobre proposta de imposto mínimo de milionários

‘Temos que tirar de alguém’, diz Lula sobre proposta de imposto mínimo de milionários

A isenção de IR é uma promessa de campanha de Lula, que de tempos em tempos reafirma que pretende cumprir

Brasil registra 455 casos de violência contra políticos e candidatos nas eleições de 2024

Brasil registra 455 casos de violência contra políticos e candidatos nas eleições de 2024

Somente contra candidatos ao pleito deste ano, foram 173 casos de violência e 15 homicídios

UE enxerga como positiva proposta do G20 por reformas na ONU em organismos financeiros

UE enxerga como positiva proposta do G20 por reformas na ONU em organismos financeiros

Em discurso em Nova York, Lula disse que Brasil quer submeter proposta formal de reforma das regras das Nações Unidas

en_USEnglish