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Entenda o que são os anabolizantes, seus riscos e por que foram vetados

Para pessoas com hipogonadismo masculino e certos tipos de câncer de mama, esses medicamentos costumam ser prescritos
Amanda Omura

Amanda Omura

O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes para fins estéticos e de performance.

A decisão foi tomada após seis sociedades médicas divulgarem uma carta conjunta pedindo para que o CFM regulamentasse a medida, alertando sobre as evidências científicas atuais e os problemas de saúde relacionados ao uso indiscriminado das drogas.

O que são os anabolizantes?
Os esteroides anabolizantes são drogas, administradas principalmente por via oral ou injetável, que se assemelham à testosterona ou outros andrógenos (hormônios masculinos produzidos nos testículos).

Por isso, também são chamados de esteroides androgênicos e anabolizantes (EAA).

Em alguns casos, como de pessoas com hipogonadismo masculino (um problema na produção da testosterona) e aquelas com certos tipos de câncer de mama, esses medicamentos costumam ser prescritos.

No entanto, os esteroides anabolizantes também são indevidamente utilizados com finalidade estética, para ganho de massa muscular, uma prática que não tem comprovação científica e está associada a diversos riscos.

Por que eles são usados (indevidamente) para fins estéticos?
Essa hipertrofia muscular (o aumento de tamanho dos músculos) acontece porque os anabolizantes promovem o crescimento celular e a sua divisão, que leva ao consequente aumento no tamanho do músculo.

Porém essa prática, traz diversos riscos de saúde potencialmente graves, incluindo lesões hepáticas, que podem ser fatais.

"O grande problema é que, para fins estéticos, essas substâncias costumam ser utilizadas em altas doses e têm uma procedência duvidosa na sua fabricação", explica Sergio Pessoa, presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, uma das entidades que assinou a carta ao CFM.

Além disso, de acordo com a legislação brasileira, esses medicamentos estão sob controle especial e só podem ser vendidos em farmácias e drogarias mediante receita médica.

Em nota publicada nesta terça-feira, o CFM destacou ainda que nao existem estudos clínicos "de boa qualidade metodológica" que demonstrem a magnitude dos riscos associados ao uso das drogas em níveis acima dos fisiológicos, tanto em homens quanto em mulheres.
“O uso indiscriminado de terapias hormonais com EAA, incluindo a gestrinona, com objetivos estéticos ou para o ganho de desempenho esportivo, é hoje uma preocupação crescente na medicina e para a saúde pública, uma vez que, de acordo com as mais recentes evidências científicas, não existem benefícios notórios que justifiquem o aumento exponencial do risco de danos possivelmente permanentes ao corpo humano em diferentes órgãos e sistemas com sua utilização”, disse a relatora e conselheira federal da entidade, Annelise Menegusso.

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