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O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, vai convocar uma assembleia geral no mês de maio para tratar da venda de duas aeronaves da entidade: um avião e um helicóptero.
O dirigente estima obter uma receita de R$ 50 milhões com as vendas. Os gastos com a manutenção dos equipamentos chegam a R$ 13 milhões anuais, dinheiro que Rodrigues não quer mais gastar.
– Esse valor tem que ser revertido para estrutura, campos, centros de treinamento, iluminação, melhora nos gramados. A CBF não precisa de aviões – diz Rodrigues, que foi eleito no dia 23 de março para um mandato de quatro anos. E desde então diz só ter pegado voos comerciais.
As aeronaves fazem parte do patrimônio da CBF e, de acordo com o estatuto, só podem ser vendidas com autorização da Assembleia Geral – neste caso formada pelas 27 federações estaduais.
Negociações envolvendo aeronaves já foram motivo de crise na CBF. No ano passado, ao mesmo tempo em que lidava com uma denúncia de assédio moral e assédio sexual por parte de uma funcionária, o então presidente Rogério Caboclo acertou a venda do avião da CBF e comprou um mais novo – e maior.
A CBF tem um Cessna 680 Citation Sovereign (prefixo PP-AAD) ano 2009. No ano passado, Caboclo encontrou um comprador disposto a pagar US$ 6,5 milhões pelo avião (cerca de R$ 32 milhões). Ele usou R$ 40 milhões do caixa da CBF para comprar um Legacy 500 bem mais novo.
Depois que Caboclo foi afastado da presidência, a diretoria da CBF cancelou o negócio. O novo avião foi revendido pelos mesmos R$ 72 milhões que a entidade havia pagado, e a venda do antigo foi cancelada.
Sobre o helicóptero, nem Ednaldo Rodrigues tem informações. O presidente da CBF afirmou mais de uma vez que nunca viu nem usou a aeronave, mas que ela consta do patrimônio da entidade e por isso vai vendê-la.
Recorde de faturamento
A entidade fechou o ano passado com um faturamento recorde de R$ 971 milhões, quase 47% de aumento em relação a 2020, ano em que as contas foram mais prejudicadas pela pandemia.