Duas semanas antes de embarcar para o Havaí e dar um giro de 180º na sua vida, Caio Ibelli estava buscando novos horizontes, pensando até em desistir do surfe competitivo. Convidado para entrar na vaga de Gabriel Medina em Pipeline e Sunset, Ibelli vai chegar na terceira etapa do Tour, em Portugal, a partir do dia 3, com dois terceiros lugares na conta, em quarto lugar no ranking e com sonhos muito maiores. No meio da correria para voltar ao Brasil, Caio só conseguiu responder as perguntas enviadas depois de Sunset quando chegou em casa. Como explicou num stories no Instagram, depois de uma loooonga noite de sono, o tempo está curto para agradecer a tanta gente que lhe mandou vibrações positivas.
Chamado às pressas, você brilhou em dois campeonatos históricos, em ondas clássicas do surfe mundial. O melhor Pipe da história e Sunset de volta ao circuito com ondas pesadas, difíceis. Tem como olhar para trás e escolher os dois ou três melhores momentos desta perna havaiana?
- Os dois melhores momentos foram a primeira bateria em Pipeline e a que abriu às quartas-de-final em Sunset, contra o Conner Coffin. Em Pipe havia muita emoção, muito sentimento envolvido pelo fato de ser a primeira bateria de um convite e eu não sabia como tudo ia acontecer. Eu ficaria muito surpreso se eu soubesse que ia até a semifinal num evento em Pipeline clássico. Foi realmente um momento muito especial para mim, que me permitiu dar uma reviravolta na minha vida, fazer algo diferente. Já em Sunset, apesar de não ser uma conta oficial da WSL, pelo que eu estava vendo na Internet, especulava-se que seu eu ficasse pelo menos em quinto lugar já estaria classificado para 2023. Eu queria muito me classificar, não queria deixar escapar essa chance. Não sabia se ainda receberia outros convites. Precisava garantir bons resultados para começar a temporada seguro”.
Você já fez as contas para escapar do corte e se garantir na temporada 2023, né? E agora?
- O corte será depois de cinco etapas, com um descarte. Assim, serão contados apenas quatro eventos. Acredito, sim, que a pontuação que tenho já é suficiente para a qualificação para 2023, o que foi muito difícil para mim nos últimos anos. Agora, com a vaga garantida, dá para virar a chave. Passo a acreditar que o título mundial é possível e dá para alcançar. A ideia é manter o foco e não parar de atacar. Não importa quantas oportunidades eu terei, tenho de aproveitar todas para dar meu melhor e quem sabe ficar no top 5 ou até mesmo ser campeão mundial.