Nas últimas semanas, dirigentes avançaram em direção à liga de clubes, cujo objetivo é organizar o Campeonato Brasileiro, além de explorá-lo comercialmente. Mas a distribuição do dinheiro oriundo da transmissão causa divergência entre diferentes grupos.
Direitos de mídia são a maior receita do futebol, não apenas no Brasil. Os atuais contratos do Brasileirão, assinados com a Globo, vigoram até 2024. O que se discute hoje é o modelo que valerá a partir de 2025.
A diferença em relação à última negociação é que, desta vez, a comercialização coletiva pode elevar o faturamento do futebol brasileiro, mas deve haver entendimento sobre a divisão dessa verba.
Inspiradas nas maiores ligas europeias, as métricas usadas para ordenar os recursos lembram esquemas táticos. 50-25-25 e 40-30-30 são sequências de números que entraram para o vocabulário futebolístico – em discursos de cartolas e nas discussões em redes sociais.
O que todos esses números significam? Quais são os principais motivos de discórdia? O que o Brasil pode aprender com referências estrangeiras, como Inglaterra e Espanha?
A primeira proposta
A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) – fundada pelos cinco clubes paulistas na primeira divisão e pelo Flamengo – leva em seu estatuto uma proposta de distribuição dos recursos da transmissão. Ela foi formulada com a assessoria da empresa Codajas Sports Kapital.
O dinheiro seria repartido em 40-30-30, assim:
40% iguais para todos os clubes;
30% segundo a colocação na tabela;
30% conforme o sucesso comercial.
Motivos da discórdia
Logo que a proposta foi tornada pública, dirigentes de outro grupo, intitulado Forte Futebol, passaram a fazer oposição abertamente e nos bastidores. Entre eles estão o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, e o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt.
Em carta aberta, os opositores defenderam a adoção de 50-25-25 para equilibrar a distribuição da verba da transmissão e criticaram itens do último terço, como o uso das redes sociais e o tamanho das torcidas.