Em carta aberta ao torcedor do Cruzeiro, Ronaldo e a Tara Sports se posicionaram sobre a polêmica envolvendo os valores a serem aplicados pela Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Nessa quinta, a Mesa Diretora do conselho cruzeirense revelou os números do negócio e classificou a transação como "lesiva" ao clube.
De acordo com a carta, assinada pelo ex-jogador, o valor inicial é de R$ 50 milhões. Outros R$ 350 milhões virão por investimento direto ou por incremento de receitas, uma variante defendida como benéfica para a associação.
No comunicado, Ronaldo também faz críticas à nota emitida pela Mesa Diretora do Conselho, ressaltando que ela “expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na proposta apresentada ao Cruzeiro.”
Ainda segundo a carta aberta, a possibilidade de transferência das Tocas I e II da associação para a SAF é "simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro diante de uma realidade que se revelou significativamente mais grave", referindo-se às dívidas do clube.
A negociação
No dia 18 de dezembro, Ronaldo assinou a intenção de compra de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, nova modalidade de gestão aprovada no dia anterior pelo Conselho Deliberativo do clube. A proposta do ex-atacante é investir R$ 400 milhões na Raposa.
Foi estabelecido um período de 120 dias para diligências internas - prazo este que se encerra em pouco mais de um mês - antes da assinatura definitiva do contrato. Desde então, o clube passa por mudanças profundas, desde o elenco até as áreas administrativas.
Necessidade de ajustes
Passados cerca de 90 dias, o Fenômeno busca novos ajustes e discute pontos considerados "cruciais" para se tornar, em definitivo, dono de 90% das ações. Uma reunião entre Ronaldo e membros do Conselho do clube foi realizada para tratar do assunto.
Uma das preocupações são as dívidas tributárias do Cruzeiro. O grupo de Ronaldo requer a transferência das Tocas da Raposa I e II da associação civil à SAF. Em contrapartida, assumiria a dívida tributária da instituição, parcelada, após um acordo, até 2032.