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Inadimplência sobe em outubro e atinge a maior taxa anual desde 2016

Aumento de famílias com contas atrasadas acontece mesmo com queda na proporção de endividados
Amanda Omura

Amanda Omura

O volume de famílias com contas atrasadas no país voltou a subir em outubro e atingiu a maior taxa anual em seis anos. Segundo dados apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de famílias inadimplentes atingiu 30,3% no mês – um aumento de 0,3 ponto percentual na comparação mensal e de 4,6 p.p. na relação com igual período de 2021.

O percentual de famílias que relataram ter dívidas a vencer (cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e de casa) também apresentou uma piora no quadro anual.
Segundo a pesquisa, a proporção de endividados atingiu 79,2% no mês passado – em outubro de 2021, essa taxa estava em 74,6%. Na relação mensal, por sua vez, houve uma queda de 0,1 ponto.

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, parte do que explica essa desaceleração na proporção de endividados é a melhora progressiva do mercado de trabalho, as políticas mais robustas de transferência de renda e a queda da inflação geral nos últimos meses. Ainda assim, pontua ele, os orçamentos domésticos seguem apertados, principalmente entre as famílias de menor renda.

“O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês”, explicou Tadros em nota oficial.

Divisão por renda e regiões
Ainda de acordo com a pesquisa, por exemplo, houve um aumento anual no endividamento tanto entre as famílias de rendas média e baixa (até 10 salários mínimos) quanto para aquelas na faixa de maiores rendimentos (acima de 10 salários mínimos).

Entre as modalidades que apresentaram um avanço na proporção de endividados, a CNC destaca as dívidas no cartão de crédito e no cheque especial.
“Caracterizados pela facilidade no acesso e alta relação com as necessidades de consumo de curto prazo, os dois tipos de dívida foram os mais buscados pelos consumidores que tiveram o poder de compra afetado pela alta da inflação no período”, explicou a economista da Confederação Izis Ferreira.
Na abertura por regiões, 17 das 27 unidades federativas apresentaram um crescimento na proporção de endividados entre setembro e outubro, com o Paraná no topo da lista, onde 95,8% das famílias estão endividadas. Já na inadimplência, 12 estados apresentaram um aumento no percentual de consumidores que atrasaram seus compromissos, com destaque para Bahia (43,7%).

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