A inflação dos itens que fazem parte da mesa dos brasileiros na Páscoa avançou 3,93% entre abril do ano passado e março de 2022, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado ficou bem abaixo do levantamento realizado no ano anterior para a mesma cesta de produtos. Entre abril de 2020 e março de 2021, a inflação da Páscoa subiu 25,6%.
O número deste ano também está abaixo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela FGV, que teve alta de 9,18% no mesmo período.
O que explica uma inflação menor é a queda do preço do arroz, que recuou 12,2%. Na outra ponta, os itens que mais subiram foram couve (21,50%), batata-inglesa (18,43%), sardinha em conserva (16,44%) e azeite (15,63%).
"Em 2020/21, vivíamos uma tempestade perfeita para essa cesta especificamente. Os problemas climáticos e a forte desvalorização cambial afetavam tanto a produção nacional do campo como os importados", explica Matheus Peçanha, economista e pesquisador do Ibre.
Veja a inflação dos itens da Páscoa:
Couve: 21,50%
Batata-inglesa: 18,43%
Sardinha em conserva: 16,44%
Azeite: 15,63%
Azeitona em conserva: 14,38%
Bacalhau: 11,50%
Ovos: 9,89%
Pescados frescos: 8,33%
Bolo pronto: 7,49%
Cebola: 6,41%
Vinho: 6,12%
Bombons e chocolate: 3,92%
Atum: 3,59%
Arroz: -12,20%
Ovos de Páscoa estão até 40% mais caros este ano
Os ovos de Páscoa estão até 40% mais caros este ano em relação a 2021, segundo levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas). Apesar da alta de preços, a estimativa do setor é de um aumento de 36% nas vendas de chocolates.
“Em um setor competitivo como o supermercadista, sai na frente aquele que consegue negociar os melhores preços com os produtores, fornecedores e a indústria de modo geral. Essa capacidade de negociar, aliada ao mix de marcas e produtos disponíveis ao consumidor, reduz o impacto da inflação no bolso do consumidor”, avaliou, em nota, o presidente da Apas, Ronaldo dos Santos.
A entidade aponta, ainda, que as altas dos preços dos produtos mais consumidos na Páscoa – como bacalhau, chocolate, vinho, massa fresca e pescada – perderam força em comparação com o mesmo período do ano passado.
"Apesar da persistência da inflação, os preços para o grupo alimentação no domicílio têm apresentado trajetória mais estável do que o de alimentação fora do domicílio, o que sugere maior possibilidade de as comemorações da data acontecerem em casa", diz a entidade.