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Inflação no governo Bolsonaro atinge o maior patamar para um mandato

Entre 2019 e 2022, preços ficaram mais altos em 26,93%; pandemia foi principal motor de alta
Amanda Omura

Amanda Omura

A inflação oficial do país observada entre 2019 e 2022 ficou em 26,93%, no maior patamar para um mandato desde o primeiro governo de Dilma Rousseff, que aconteceu entre 2011 e 2014 (27,03%).

Os dados foram compilados por Einar Rivero, da consultoria TradeMap. O levantamento já considera o resultado final do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (10).

A sondagem ainda traz a comparação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e que é conhecido como a “inflação do aluguel”, por servir como base para o reajuste de grande parte desses tipos de contrato.
Considerando o IGP-M, os dados registrados no governo de Jair Bolsonaro (PL) ficaram em 64,11%, os maiores desde o 2º governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que aconteceu entre 1999 e 2003 (82,66%).

Nesta terça-feira (10), dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) ficou em 0,62% em dezembro. Em 2022 como um todo, o indicador ficou em 5,79%.

Esse foi o 4º ano consecutivo em que os preços ficaram acima do teto da meta. Para 2022, a meta era de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (5%).

Quais as explicações para esse aumento de preços?
Segundo os especialistas, foram vários os fatores que influenciaram nos preços brasileiros ao longo dos últimos quatro anos — a maior parte vinda como reflexo da pandemia de Covid-19. Entre os exemplos, estão:
Desvalorização do câmbio;
Problemas de oferta nas cadeias produtivas;
Episódios climáticos que prejudicaram a agricultura;
Choque de alta nos preços das commodities;
Guerra na Ucrânia; entre outros

Para o economista da ASA Investments Leonardo Costa, a variação dos preços brasileiros ilustra “dois mundos distintos”: o de antes da pandemia — de inflação mais baixa, vista como herança da crise econômica que o país enfrentou entre 2015 e 2016 — e o de depois da pandemia, com efeitos vindos tanto do quadro doméstico quanto do internacional.

“A pandemia veio como um fator exógeno gigante. Por aqui, tivemos uma desvalorização brutal do câmbio e, apesar de o impacto adicional na atividade de serviços ter mantido a inflação do setor relativamente baixa, tivemos outros efeitos de alta nos preços, vindos principalmente de alimentação e bens”, afirma.

No quadro doméstico, especialistas afirmam que esse aumento reflete bastante do comportamento do brasileiro no período — que, sendo obrigado a ficar em casa, acabou aumentando seu consumo de alimentos no domicílio e de bens — e, especialmente na parte de alimentação, os preços ainda refletem os episódios climáticos que prejudicaram a agricultura.

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