O Peru vive uma instabilidade política permanente. Desde 2017, o país teve seis presidentes.
Pedro Castillo foi o último a cair, dando lugar a Dina Boluarte, a primeira mulher a comandar o país na história.
A Economist Intelligence Unit (EIU), divisão de pesquisa e análise do grupo da revista The Economist, acaba de divulgar seu tradicional índice que avalia a "qualidade da democracia" pelo mundo e rebaixou o país sul-americano de "democracia com falhas" para a classificação "regime híbrido", ou seja, em que aparecem traços de autoritarismo.
- Independência do Banco Central
Especialistas afirmam que a independência do Banco Central de Reserva do Peru (BCRP) e sua gestão da política monetária têm sido um dos pilares do equilíbrio econômico peruano.
Carolina Trivelli, pesquisadora do Instituto de Estudos Peruanos, disse à BBC Mundo que "a independência que a Constituição de 1993 deu ao BCRP permitiu que ele tivesse uma gestão muito técnica e profissional, totalmente independente do ciclo econômico e político".
- Modelo econômico blindado na Constituição
O modelo econômico aplicado no Peru nos últimos anos foi o consagrado em sua Constituição de 1993.
Aprovada no governo de Alberto Fujimori e criticada por muitos, principalmente pela esquerda (que apontava deficiências democráticas), a Carta Magna lançou as bases para o crescimento que se seguiu à aprovação do texto constitucional e possibilitou a redução dos níveis de pobreza no país.
- Flutuação que ajuda a manter a moeda estável
Waldo Mendoza ressaltou que, se observarmos o comportamento do câmbio na América Latina, o do Peru é um dos menos voláteis.
Em outras palavras, a moeda peruana é uma das que menos vê seu valor flutuar em relação à moeda de referência, o dólar americano, e não apresenta tendência a desvalorizações acentuadas em momentos econômicos adversos típicos de outras economias da região.