A ajuda financeira à Ucrânia deve ser concedida, "na medida do possível", na forma de doações, e não de empréstimos, para evitar que Kiev acumule uma dívida considerável que complicaria sua recuperação após a guerra, sugeriu a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira (21).
Autoridades ucranianas disseram ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que precisam de US$ 5 bilhões por mês para manter a economia do país operando, ao menos nos próximos meses, disse Georgieva.
Nesta quinta, porém, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que o país precisa de US$ 7 bilhões ao mês para compensar perdas econômicas.
"Além disso, precisaremos de bilhões de dólares para a reconstrução", considerou ele, em uma mesa-redonda sobre a ajuda ao seu país nas reuniões do FMI e do Banco Mundial, em Washington, D.C.
"Apesar de todas as dificuldades, nosso país continua cumprindo todas suas obrigações em matéria de assistência social, pagamento de aposentadorias, salários (dos funcionários públicos) (…), e tudo isto custa em torno de US$ 7 bilhões por mês ao nosso orçamento", reforçou o primeiro-ministro Denys Shmyhal, que participou, pessoalmente, da mesa-redonda.
As necessidades financeiras e a forma de atendê-las ainda precisam ser refinadas, mas "acreditamos que isso deve se dar, dentro do possível, por meio de doações, e não de empréstimos", declarou, em entrevista coletiva após a reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo (CMFI).
"Depois da guerra, eles (as autoridades ucranianas) enfrentarão uma conta muito alta para a reconstrução do país. Acumular mais dívida, além da que já suportam em um contexto de queda drástica de receita e de aumento dramático de gastos simplesmente não é prudente", alegou Shmyhal.
Kristalina Georgieva disse ainda que o governo ucraniano fez, até agora, "um excelente trabalho em termos de política macroeconômica e de estabilidade financeira", ressaltando que as reservas do país são "sólidas".