Desde a invasão russa da Ucrânia no final de fevereiro, a União Europeia (UE) cortou quase completamente as relações econômicas com seu antigo parceiro comercial ao impor seis pacotes de sanções. Mas há exceções: gás, petróleo fornecido por meio de oleodutos, alimentos, cereais e certos tipos de fertilizantes não estão sujeitos às sanções.
O Conselho da União Europeia, o órgão que representa os 27 países-membros, informa que foram impostas sanções contra 1.212 indivíduos e 108 empresas e outras entidades. Os indivíduos incluem o presidente russo, Vladimir Putin, seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e diversos oligarcas do círculo de influência do Kremlin.
Metade das reservas do Banco Central da Rússia foi congelada, os bancos russos foram cortados do sistema de pagamento internacional Swift. As exportações de itens de tecnologia ocidental, aeronáutica, eletrônica e artigos de luxo foram proibidas. Mais de mil empresas ocidentais retiraram-se da Rússia. Além da UE, os EUA, Canadá, Japão, Suíça e Reino Unido também impuseram sanções contra a Rússia.
Em seu Monitor de Sanções, a rede de pesquisa Correctiv enumerou 6.825 medidas tomadas pela comunidade internacional desde o início da guerra de agressão russa. Nunca na história foram impostas tantas sanções contra um único país.
Efeitos
A questão agora é: como funcionam essas sanções, e elas podem levar a uma mudança no curso da guerra do Kremlin?
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, disse em entrevista à DW na última sexta-feira que as sanções estão atingindo "duramente" a economia russa. "A produção econômica russa está diminuindo em 10%. Eles sofrerão a pior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial".
A UE ainda depende do abastecimento energético russo, admitiu Borrell, mas acrescentou que isso deve mudar dentro de alguns meses. "Continuamos a comprar gás, mas já reduzimos as importações pela metade. Não podemos fazer milagres". Mesmo com os lucros da venda de gás, os russos não podem mais comprar nada no Ocidente, como, por exemplo, tecnologia para seus tanques, aponta Borrell. "Eles têm dinheiro, mas não conseguem comprar nada."