O Ocidente está em alerta diante do Dia da Vitória na Rússia, comemorado em 9 de maio, que marca o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do regime nazista pela União Soviética. Há rumores de que Moscou pretende declarar oficialmente guerra à Ucrânia, apesar da negativa do Kremlin, e planeja uma parada militar em Mariupol.
As comemorações da data com uma parada militar na Praça Vermelha de Moscou assumem um simbolismo particular neste ano. Com a guerra na Ucrânia, menos tanques e equipamentos militares devem participar do evento tradicional. O fervor patriótico, porém, deve ser o mesmo de sempre. Em 2022, o Dia da Vitória não homenageará apenas o conflito que terminou há 77 anos. Muitos russos estarão pensando nas tropas que lutam no país vizinho, e a invasão da Ucrânia não deve passar em branco pelo governo russo.
Nas últimas semanas, os serviços secretos de vários países do Ocidente indicaram que o Kremlin gostaria de celebrar o 9 de maio com uma importante vitória na guerra na Ucrânia. Após uma tentativa fracassada de invadir Kiev e outras grandes cidades no norte ucraniano, o governo russo mudou o foco do conflito, deslocando as tropas para a região de Donbass, onde rebeldes separatistas pró-Rússia lutam contra militares da Ucrânia desde 2014 – conflito que eclodiu após a anexação da Crimeia por Moscou.
Contudo, nos últimos dias, as autoridades russas têm esvaziado as expectativas sobre um grande sucesso militar até o Dia da Vitória, embora não abdiquem de celebrar a data com a pompa e circunstância de outros anos – com a tradicional parada militar em Moscou para expor o poderio militar. Até mesmo durante a pandemia, os festejos não foram cancelados, apenas adiados.
O Kremlin tem se recusado a chamar a ofensiva na Ucrânia de guerra e usa o termo "operação militar especial", alegando que ela foi necessária para defender falantes de russo na região. Políticos ocidentais e observadores acreditam que o presidente russo, Vladimir Putin, usará a data para declarar oficialmente guerra ao país vizinho e reforçar o compromisso nacional da Rússia com a invasão.