Produtos básicos importados, como frutas, café e azeite, e artigos de luxo tiveram seu preço disparado na Rússia. A maioria das marcas globais desapareceu – ou reencarnou como equivalentes russos. Muito mais carros chineses estão circulando pelas ruas da capital Moscou.
Fora isso, pouco mudou economicamente para a maioria das pessoas na Rússia dois anos após o início da Guerra na Ucrânia, nem mesmo com as sanções do Ocidente.
Essa sensação de estabilidade é um trunfo fundamental para o presidente russo, Vladimir Putin, orquestrar sua vitória pré-determinada nas eleições da Rússia, que acontecem de 15 a 17 de Março.
Caso reeleito, como previsto, Putin terá seu quinto mandato de seis anos de duração.
A inflação está mais alta do que a maioria das pessoas gostaria, acima de 7% – acima da meta de 4% do banco central. Mas o desemprego é baixo e a economia deverá crescer 2,6% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional, o dobro da previsão anterior. Isto está muito acima da expansão de 0,9% prevista para a Europa.
“Existem dificuldades, é claro, mas elas estão mais relacionadas com a situação geral no mundo”, disse à agência de notícias Associated Press o russo Andrei Fedotov, 55 anos, que caminhava pela avenida comercial central da Rua Tverskaya, a poucos quarteirões do Kremlin, em Moscou.
Os preços mais elevados “me incomodam, é claro – como qualquer consumidor, vejo-os subir”, disse Fedotov, que trabalha na área da educação. “Está ligado aos tempos em que vivemos e que irão passar.”
A gestora de marca Irina Novikova, 39 anos, mostrou-se otimista apesar dos preços mais elevados nas lojas: “Apareceram mais produtos nacionais, mais produtos agrícolas. E agora estamos olhando mais para nossos amigos chineses".
Putin tem tentado driblar os enormes gastos na guerra da Ucrânia e a inflação alta com manobras na economia. Uma delas é um programa de apoio a pessoas que querem comprar apartamento com hipotecas subsidiadas e, em troca, garantindo impulso e investimento do setor da construção.