O Irã publicou nesta quinta-feira (6) um vídeo que mostra dois cidadãos franceses, que foram detidos em maio, supostamente confessando terem agido em nome de um serviço de segurança francês.
As cenas foram publicadas em meio a protestos contínuos que rondam o Irã pela morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos detida pela polícia de moralidade do país. O governo iraniano tem procurado descrever como um complô estrangeiro.
O vídeo divulgado pela agência de notícias estatal IRNA mostrou dois cidadãos franceses, Cecile Kohler e Jacques Paris, que são sindicalistas associados à Federação Nacional de Educação, Cultura e Formação Profissional da França.
O Ministério das Relações Exteriores da França acusou o Irã de adotar práticas dos "piores regimes ditatoriais" e negou categoricamente que os dois sejam espiões.
"A encenação de suas supostas confissões é ultrajante, terrível, inaceitável e contrária ao direito internacional. Esta farsa revela o desprezo das autoridades iranianas pela dignidade humana", disse a porta-voz do ministério, Anne-Claire Legendre, em um comunicado, exigindo a libertação imediata dos presos que ela descreveu como "reféns de Estado".
O Irã, que há muito tempo usa ocidentais detidos como moeda de troca nas negociações, não ofereceu nenhuma evidência pública para apoiar as acusações de espionagem.
Os clipes de quinta-feira se assemelhavam a outros vídeos em que o Teerã forçou prisioneiros a fazer. Em 2020, um relatório sugeriu que as autoridades na última década tinham exibido pelo menos 355 confissões coagidas.
Nos clipes, Cecile Kohler usa um lenço de cabeça e supostamente se descreve como uma "agente de inteligência e operação do serviço de segurança estrangeira francês". Jacques Paris supostamente diz: "Nossos objetivos no serviço de segurança externa francês é pressionar o governo do Irã."