A Suprema Corte da República Popular de Donetsk, uma região separatista no leste da Ucrânia apoiada pela Rússia, condenou dois cidadãos britânicos e um marroquino à pena de morte nesta quinta-feira (9). Eles foram acusados por terrorismo.
Os britânicos Aiden Aslin e Shaun Pinner e o marroquino Brahim Saadoun eram soldados voluntários e lutavam na guerra da Ucrânia ao lado das tropas de Kiev. Eles foram capturados por forças russas na região do Donbass, no leste do país, e levados a julgamento esta semana.
O jornal inglês "Guardian" afirmou que os soldados acusados recorrerão da sentença, sob o argumento de que estavam lutando dentro da Guarda Marinha da Ucrânia e, por isso, devem ser protegidos pela Convenção de Genebra que determina normas para julgamento de prisioneiros de guerra.
Há duas semanas, a Justiça da Ucrânia condenou à prisão perpétua o sargento russo Vadim Shishimarin, 21, o primeiro julgado no país por crimes de guerra desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro. Também nesta quinta-feira, a Ucrânia afirmou que julgará outros oito casos similares, apesar de que há 15 mil suspeitas de crimes de guerra em investigação no país.
15 mil casos suspeitos
Cerca de 15.000 casos suspeitos de crimes de guerra foram registrados na Ucrânia desde o início do conflito com a Rússia, com uma média de 200 a 300 casos reportados diariamente, segundo a procuradora-geral do país.
Cerca de 600 suspeitos foram identificados e 80 já processos começaram, disse Iryna Venediktova a repórteres em Haia, na Holanda.
A lista de suspeitos inclui "os principais militares, políticos e agentes de propaganda da Rússia", acrescentou a procuradora ucraniana.
A Rússia nega envolvimento em crimes de guerra e em mortes de civis.
Dos 15.000 supostos crimes de guerra, Veneditkova disse que muitos foram identificados na região leste de Donbas — cenário de combates ferozes entre tropas russas e ucranianas.