Como remanescente desafiante a Donald Trump na corrida pela indicação republicana à Casa Branca, a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley parte para o tudo ou nada nas primárias de New Hampshire, nesta terça-feira (23), sabendo que as expectativas de uma vitória são baixas.
Um resultado razoável seria estreitar a vantagem do ex-presidente para ganhar impulso até as prévias em seu estado natal, a Carolina do Sul, onde foi governadora em dois mandatos.
Na esperança de conseguir aglutinar os opositores de Trump no partido e os eleitores independentes, para obter um bom desempenho em New Hampshire, Haley mudou de estratégia nos últimos dias e passou a confrontá-lo abertamente.
Questionou a sua aptidão mental — Trump trocou seu nome com o da ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi — e criticou-o por mentir e tentar fazer amizade com ditadores que querem matar os americanos.
Esse esforço de resistência a Trump, contudo, chega tarde para ela. Única mulher entre os pré-candidatos republicanos, Haley evitou criticar o concorrente favorito, embora tenha sido alvo de seus ataques racistas e sexistas.
E errou feio quando recusou-se a dizer que a escravidão foi o principal causador da Guerra Civil, assegurando que os EUA nunca foram um país racista.
A ex-governadora preferiu se apresentar aos eleitores como a melhor alternativa a uma revanche entre Trump e Biden, que define como “mais do mesmo”, e apelou para o fator idade e para uma mudança geracional na Presidência dos EUA.
“Queremos realmente ter dois candidatos na casa dos 80 anos?”, questionou, aos 52 anos.
Como os demais concorrentes republicanos, que acabaram desistindo da disputa, Haley sofreu bullying de Trump. Filha de imigrantes indianos e nascida Nimarata Nikki Randhawa, foi alvo de piadas e foi chamada de burra pelo ex-presidente.
Ainda assim, ela disse que o perdoaria, caso fosse presidente dos EUA e ele, condenado pela Justiça por 91 acusações em quatro processos.