Os preços do trigo dispararam nos mercados internacionais, depois que a Rússia disse que trataria navios com destino a portos ucranianos como potenciais alvos militares. Nas últimas três noites, forças russas bombardearam as instalações de grãos da Ucrânia e prédios de civis.
Um edifício de três andares foi devorado pelas chamas, na madrugada, em mais um ataque russo na cidade ucraniana de Mykolaiv. Entre os quase 20 feridos, há pelo menos cinco crianças.
Pela terceira noite consecutiva, a violência se abateu também sobre Odessa, onde vários edifícios foram atingidos. O governo ucraniano fala, ainda, em ataques a Sumy, Dnipropetrovsk e Kharkiv onde uma pessoa morreu.
Depois de ter rasgado o acordo para a exportação de grãos da Ucrânia esta semana, a Rússia diz, agora, que vai tratar como potencial ameaça qualquer navio que arrisque cruzar o mar negro.
"Só há uma solução: aumentar o apoio militar à Ucrânia. O que está acontecendo lá é uma situação muito grave. Até agora, pelo menos, o grão não foi exportado, mas não foi destruído”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrel.
Mais ao sul, o governador pró-russo da região da Crimeia acusou Kiev da morte de um adolescente num ataque com drone na península, anexada ilegalmente em 2014.
Além de prédios, bombardeios russos atingiram armazém de grãos
União Europeia, Ucrânia e países aliados acusam, ainda, a Rússia de ter destruído, nesta quarta-feira(19), de forma deliberada, um armazém localizado no porto.
"Este ataque terrorista prova que o alvo deles não é apenas a Ucrânia”, afirma o presidente Volodimir Zelensky.
A Rússia continua exigindo o fim dos boicotes às próprias exportações agrícolas e deixa uma condição para reativar o acordo.
"Não somos contra, especialmente levando em consideração a importância do acordo pro mercado global de alimentos, para muitos países do mundo. (…) mas todos os princípios previamente acordados da participação da Rússia neste pacto precisam ser cumpridos.", anunciou Vladimir Putin.