Você está em:

Trump pode de fato tomar Gaza? Proposta foi condenada

Além da ampla rejeição da ideia por autoridades, os próprios moradores de Gaza dizem que não deixarão o território
Picture of Amanda Omura

Amanda Omura

A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de transferir à força milhares de palestinos para fora da Faixa de Gaza e desenvolvê-la como um destino turístico enfrenta grandes obstáculos. Além da ampla rejeição da ideia por autoridades internacionais, os próprios palestinos deslocados durante os 15 meses de conflito do Hamas com Israel já afirmaram que desejam voltar às suas casas e não deixarão o território. Os planos de Trump são vistos como uma violação do direito internacional, com especialistas falando em "limpeza étnica". Nesta quarta-feira (5), o Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que "qualquer transferência forçada" de palestinos para fora de Gaza é "estritamente proibida". A proposta também corre o risco de minar o cessar-fogo em Gaza e a libertação contínua de reféns. Trump reivindicou o crédito por intermediar a trégua, mas agora o futuro do acordo é incerto e pode colocar em risco a vida dos reféns israelenses ainda em poder do Hamas. Apesar da repercussão negativa, alguns especialistas especulam sobre a possibilidade de que a proposta de Trump seja uma jogada inicial em um processo de negociação e uma "estratégia de barganha". Luta palestina por território Qualquer proposta de deslocamento é uma questão altamente sensível tanto para os palestinos quanto para os países árabes. Desde que os combates se intensificaram na guerra entre o Hamas e Israel, os palestinos temiam sofrer outra "Nakba" - catástrofe em árabe -, como é chamado o momento em que 700 mil deles foram desalojados de suas casas durante a guerra que culminou na criação de Israel em 1948. Muitos foram expulsos ou fugiram para Gaza, além de estados árabes vizinhos, como Jordânia, Síria e Líbano, onde ainda vivem em campos de refugiados. Israel contesta o relato de que eles foram forçados a sair. O conflito mais recente, que, segundo dados do governo do Hamas, matou mais de 47 mil pessoas, provocou o deslocamento de até 85% da população de 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza e devastou o território.

Posts Relacionados

Acidente entre avião e helicóptero é o mais letal dos EUA

Acidente entre avião e helicóptero é o mais letal dos EUA

Um jato da American Airlines com 64 pessoas a bordo colidiu com um helicóptero militar enquanto se preparava para pousar

Argentina vai reforçar barreiras na fronteira com o Brasil

Argentina vai reforçar barreiras na fronteira com o Brasil

País havia já anunciado intenção de construir alambrado na fronteira com a Bolívia, citando preocupações com o contrabando

Poluição do ar em Bangkok fecha mais de 350 escolas

Poluição do ar em Bangkok fecha mais de 350 escolas

Presença de micropartículas de poluição na capital tailandesa excede em sete vezes o máximo recomendado pela OMS

Human Rights Watch pede que Brasil ‘lidere a COP 30’

Human Rights Watch pede que Brasil ‘lidere a COP 30’

Capítulo dedicado ao Brasil no relatório cita problemas como abuso policial e ataques à imprensa – e reconhece avanço em outras áreas

Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, é preso

Yoon Suk Yeol, presidente da Coreia do Sul, é preso

Ainda em dezembro, o Congresso aprovou a abertura de um processo de impeachment contra Yoon. Desde então, ele está afastado

Mistura para apagar fogo cria cenários cor-de-rosa

Mistura para apagar fogo cria cenários cor-de-rosa

O objetivo do elemento é retardar o avanço das chamas, que já provocaram mais de 20 mortes e destruíram centenas de casas

Israel bombardeia zona humanitária em Gaza

Israel bombardeia zona humanitária em Gaza

Exército israelense afirma que alvo dos ataques em acampamento era um assessor do diretor de polícia do território

Deportação tem assustado famílias norte-americanas

Deportação tem assustado famílias norte-americanas

Imigrantes que se casaram com americanos e tiveram filhos correm o risco de serem obrigados a deixarem o país durante o governo Trump

pt_BRPortuguese