Mais uma vez o duelo entre o presidente francês Emmanuel Macron e a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, volta a preocupar a União Europeia.
Atualmente, a França está no comando da presidência rotativa da União Europeia e uma derrota de Le Pen, que é contra o bloco europeu e a Otan, não só reforçaria o apoio dos franceses à UE, como ajudaria a diminuir o fantasma da extrema-direita no continente.
A reeleição do primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, para o seu quarto mandato consecutivo, na semana passada, foi um grande revés para Bruxelas. “Aderir ao populismo e à xenofobia, isso não é a França”, lembrou Macron após o resultado do primeiro turno.
Imagem suavizada
Em 2017, a líder de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, admiradora de longa data do presidente russo Vladimir Putin, afirmou na época que, caso ganhasse as eleições, iria convocar um referendo sobre um eventual “Frexit”, a saída da França do bloco europeu. Além disso, Le Pen tinha planos de abandonar o euro e retomar o controle das fronteiras para deter a imigração.
Estas ideias parecem não guiar mais sua agenda, porém, nestas eleições de 2022, a candidata do partido Reunião Nacional (RN) insiste que a lei francesa deve prevalecer sobre as regras da União Europeia, desafiando assim o tribunal superior do bloco.
Le Pen tentou suavizar sua imagem para chegar ao segundo turno das eleições francesas. Segundo o jornal britânico The Guardian, “Le Pen criou uma distância entre sua persona sorridente – posando com seus gatos de estimação e sendo assediada por adolescentes para tirar selfies na rua – e a realidade radical de sua extrema-direita, o manifesto anti-imigração para manter a França para os franceses.”
“Ela prometeu um referendo para mudar a Constituição, a fim de restringir os direitos dos imigrantes e dos estrangeiros. Le Pen pretende priorizar os nativos sobre os não-nativos com moradia, emprego e saúde. Ela quer eliminar os direitos de nacionalidade para crianças nascidas e criadas na França de pais estrangeiros”, prossegue o jornal. “O fato de Le Pen estar agora mais perto do poder do que nunca é, em parte, resultado de sua própria reformulação da estratégia política.”