O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (16) o fechamento da embaixada de seu país no Equador devido à operação na representação diplomática mexicana em Quito, no último dia 5.
A decisão afeta também os consulados em Quito e na maior cidade do país, Guayaquil, segundo o jornal "El Universal".
"Ordenei o fechamento da embaixada da Venezuela no Equador, o consulado em Quito e o consulado em Guayaquil, e que o corpo diplomático regresse à Venezuela", disse Maduro, em sua participação na reunião de cúpula virtual do Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
No início do mês, policiais do Equador fizeram uma operação dentro da embaixada do México para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que estava abrigado no local. Em seu discurso nesta terça, Maduro classificou o ato do governo do Equador de "barbárie".
Glas recebeu asilo político do México e estava na embaixada desde dezembro 2023. Ele alega ser vítima de uma perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.
Na operação, Glas foi arrancado a força do prédio, e um dos agentes apontou uma arma para o chefe da missão mexicana, Roberto Canseco, quando este tentou impedir a ação.
Inviolabilidade
De acordo com a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, de 1961, os locais de missões de um país dentro de um outro — como embaixadas e consulados — são considerados invioláveis. Equador e México aderiram à regra na década de 1960.
Segundo o tratado, a entrada de agentes de Estado dentro desses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. Ou seja, no caso do Equador, a polícia deveria solicitar permissão ao embaixador mexicano para ingressar na Embaixada do México.
Posição de outros países
Diversos países, como os Estados Unidos, o Canadá, a União Europeia e também o Brasil, se manifestaram contra a invasão da embaixada do México em Quito. O Brasil afirmou que é um episódio que abre um "grave precedente".