Zaporizhzhia, a usina de energia atômica que foi tomada pela Rússia nesta sexta-feira (4), foi construída entre 1984 e 1995, é a maior usina nuclear na Europa e a 9ª desse tipo de energia do mundo.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em inglês) disse que essa é a primeira vez que há uma guerra em um país que tem uma rede de energia nuclear grande e estabelecida.
O prédio atingido fica do lado de fora do complexo e era usado para treinamento de pessoal —não havia nada lá que pudesse emitir radiação. Ainda assim, a ação russa foi altamente imprudente, mesmo em um contexto de guerra, afirma Jan Vande Putte, conselheiro de proteção à radiação do Greenpeace.
"É completamente irresponsável até mesmo se aproximar militarmente do complexo onde funciona a usina", disse ele. Os funcionários que trabalham na usina precisam ter acesso rápido ao local.
Putte diz que no pior dos cenários, uma explosão em Zaporizhzhia poderia ser realmente 10 vezes pior do que a que ocorreu no acidente de Chernobyl, como disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia. Se comparado ao acidente de Fukushima, o risco seria centenas de vezes maior, diz o conselheiro do Greenpeace.
No entanto, mesmo no pior dos cenários, diz Putte, o alcance de material radioativo seria menor —o problema de radiação seria mais concentrado e mais intenso do que nos casos dos dois grandes acidentes na história (Chernobyl e Fukushima).