O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou nesta quarta-feira (30) sua desconfiança sobre o anúncio russo de uma desescalada na invasão de seu país e assegurou que o seu exército está se preparando para combates mais intensos no leste.
"Não acreditamos em ninguém, nem em uma única frase bonita", disse Zelensky em um vídeo dirigido a seus conterrâneos, no qual alertava que as tropas russas estavam se reagrupando para lançar um ataque contra a região de Donbass, no extremo leste.
"Não entregaremos nada. Lutaremos por cada metro de nosso território", acrescentou.
Após uma nova rodada de conversas de paz em Istambul na terça-feira, um negociador russo disse que Moscou desescalaria "radicalmente" suas operações em torno da capital Kiev e da cidade de Chernihiv, no norte do país.
Contudo, os bombardeios continuaram durante a noite seguinte.
Em seu vídeo, Zelensky reivindicou que qualquer retirada das forças russas era "resultado do trabalho de nossos defensores" e voltou a pedir o envio de armas à comunidade internacional, incluindo tanques, aviões e sistemas de artilharia.
"A liberdade deve estar tão armada como a tirania", disse.
Chernobyl
O Pentágono afirmou na quarta-feira (30) que os russos começaram a se retirar da área do acidente nuclear de Chernobyl.
A notícia vem no dia seguinte ao anúncio de Moscou de que suas tropas vão recuar e reduzir "'radicalmente" ataques em Kiev e Chernihiv, no norte do país. A zona de exclusão de Chernobyl fica perto das duas cidades, e fica no caminho entre Belarus, que serve de base para os invasores russos, e a capital ucraniana.
"Chernobyl é uma zona onde estão começando a reposicionar algumas de suas tropas, saindo, afastando-se das instalações de Chernobyl, e entrando em Belarus", disse um alto funcionário de Defesa dos EUA. "Acreditamos que estão partindo, mas não posso dizer-lhes que todos tenham ido embora", acrescentou.