Diante da proposta de reforma judicial apresentada pelo governo de Benjamin Netanyahu, protestos se instauraram em Israel - e manifestações populares e greves paralisaram o principal aeroporto israelense.
O movimento alcançou também as Forças Armadas e, em particular, reservistas de unidades de elite israelenses.
Nas últimas semanas, centenas deles ameaçaram parar seus serviços caso o plano siga em frente e publicaram cartas abertas para expressar descontentamento. Ex-chefes do Exército e das agências de inteligência também criticaram publicamente a medida.
Alguns membros da Força Aérea ouvidos pela imprensa israelense disseram ainda que não estavam "preparados para servir a um regime ditatorial".
Neste domingo (26), o ministro da Defesa foi demitido do cargo após se posicionar contra a reforma. Yoav Gallant descreveu as mudanças como um "perigo imediato e tangível" para a segurança do Estado.
Em um breve pronunciamento no dia anterior, o agora ex-ministro também afirmou que membros das Forças de Defesa de Israel estavam irritados e desapontados com a questão, em uma intensidade que ele nunca tinha visto antes.
Mas afinal, por que muitos militares em Israel estão contra o pacote de reformas?
Muitos dos integrantes das forças e reservistas que se pronunciaram publicamente alegam que as mudanças podem enfraquecer o Estado e, portanto, representar uma ameaça à segurança de Israel.
Esse se torna um problema ainda maior diante da situação de instabilidade do Oriente Médio e das tensões constantes entre Israel, palestinos e grupos extremistas da região.
Alguns militares ainda acreditam que o país precisa de uma democracia sólida e um Judiciário independente para defender suas ações e condutas nesse ambiente perante a comunidade internacional. E, segundo eles, o projeto apresentado por Netanyahu vai contra os valores democráticos.