Voltar ao Início

Você está em:

Outra guerra: convencer russas a terem 10 filhos

Obcecado por reverter o declínio populacional na Rússia, presidente recria decreto de Stalin e oferece medalha e prêmio financeiro
Amanda Omura

Amanda Omura

O presidente Vladimir Putin acaba de reeditar um decreto da era stalinista, que premia as mães russas que tiverem seu décimo filho, com medalha e ajuda financeira equivalente a US$ 16.500. A meta do programa “Mãe Heroína” é encorajar a população a ter famílias numerosas e, com isso, combater o declínio da taxa de natalidade no país, que certamente terá reflexos com a guerra que ele promove na Ucrânia.

No comando da Rússia há 22 anos e com chances de ficar no cargo até 2036, o presidente é obcecado por obter o crescimento demográfico também como uma forma nostálgica de reforçar o poder nos moldes do império russo. O país vem registrando perda populacional em ritmo acelerado desde a década de 1990, quando a União Soviética colapsou.

A transição para o modelo capitalista, há 30 anos, veio acompanhada de crise econômica, desemprego e alcoolismo. Além da queda da taxa de natalidade e o crescimento da mortalidade, a imigração caiu e o êxodo de russos para outros países aumentou. A taxa de fertilidade -– 1,58 nascimentos por mulher — é atualmente uma das mais baixas do mundo. E a população envelheceu, com idade média de 40,3 anos.
Ao assumir, Putin promoveu uma campanha sistemática para promover a natalidade e evitar a redução populacional, que registrou, entre 1993 e 2008, queda de 148,3 milhões para 143,2 milhões de russos. A partir de 2018, o governo passou a subsidiar parte dos juros das hipotecas para as famílias com mais de dois filhos e ofereceu uma espécie de bolsa anual para quem tivesse o primeiro filho. Em contrapartida, a propaganda antiaborto ganhou força no país.

O modelo proposto pelo presidente teve resultados, mas a pandemia do novo coronavírus e, mais recentemente, o recrutamento para a guerra, que Putin chama de operação militar especial, estancaram a motivação dos casais a aumentarem suas famílias. O declínio populacional triplicou nos últimos dois anos.

O Kremlin sequer informa o número de vítimas na guerra russa da Ucrânia, que o Pentágono estima em 80 mil feridos e mortos. As projeções demográficas indicam que até 2050, o número de habitantes encolherá e ficará entre 130 milhões e 140 milhões de habitantes.

Posts Relacionados

Israel x Hamas: o que acontecerá após trégua?

Israel x Hamas: o que acontecerá após trégua?

Na corda bamba para manter o cargo de premiê, Netanyahu alterna prioridades, indicando que vai prolongar a guerra a qualquer custo

‘Se Lula vier, será bem-vindo’, diz Milei

‘Se Lula vier, será bem-vindo’, diz Milei

Diana Mondino, que é uma das pessoas de maior confiança, declarou que gostaria que o Presidente Lula viesse para a cerimônia

O que se sabe dos reféns do Hamas em Israel

O que se sabe dos reféns do Hamas em Israel

Sua liberação está sendo planejada por etapas, em troca de uma trégua de quatro dias e da soltura de prisioneiros palestinos

Israelenses se armam e se agrupam em milícias

Israelenses se armam e se agrupam em milícias

No comando da segurança interna do país, Ben-Gvir coordena a distribuição de armas e a formação de esquadrões comunitários

ONU aprova resolução que pede pausa humanitária

ONU aprova resolução que pede pausa humanitária

Proposto de Malta sobre guerra entre Israel e Hamas foi votada nesta quarta-feira (15) pelo Conselho de Segurança. Israel rejeita texto

‘Quase um cemitério’: situação do hospital de Gaza

‘Quase um cemitério’: situação do hospital de Gaza

A OMS alertou em 13 de novembro que o Hospital Al-Shifa é "quase um cemitério", com corpos amontoados dentro e fora do local

Tim Scott desiste de tentar concorrer à presidência

Tim Scott desiste de tentar concorrer à presidência

A saída de Scott pode proporcionar um impulso modesto para outros candidatos que tentam desalojar Trump do primeiro lugar

Por que os houthis, do Iêmen, estão atacando Israel?

Por que os houthis, do Iêmen, estão atacando Israel?

Movimento rebelde patrocinado pelo Irã tenta abrir nova frente de guerra e já fez quatro tentativas para atingir o sul do país

pt_BRPortuguese