O presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou na segunda-feira (4) com o duplo recuo de indicações do seu governo para o comando da Petrobras. Rodolfo Landim e Adriano Pires desistiram de assumir, respectivamente, o comando do conselho de administração da Petrobras e o da estatal, para evitar conflito de interesses.
Bolsonaro avalia que o impasse, chamado de "lambança" nos bastidores do governo, é responsabilidade do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque – a quem o centrão e também a equipe econômica creditam a escolha de Landim e Pires. Os dois nomes tiveram a benção do centrão mas, publicamente, quem assume a indicação é Bento Albuquerque.
Diante do cenário, sem definição para o comando da estatal, Bolsonaro consultou Paulo Guedes ontem sobre nomes para a estatal.
Entre eles, voltou a ser cotado o secretário de desburocratização da Economia, Caio Paes de Andrade. Ele foi cotado na primeira leva, antes de decidirem por Adriano Pires – mas o ministro Bento preferiu o consultor, uma vez que Paes de Andrade não tinha experiência na área.
Agora, após a desistência de Pires, Andrade voltou a ser cotado por Bolsonaro.
O nome de Andrade agrada também familiares do presidente Bolsonaro, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Adriano Pires foi alvo
A desistência de Adriano Pires do convite para presidir a Petrobras decorreu de uma operação organizada pelos que não desejam a privatização da estatal. A avaliação é de aliados do presidente Jair Bolsonaro no Centrão, que defendiam a escolha do economista para o comando da empresa.