A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que não ficou configurada propaganda eleitoral antecipada em um discurso do presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto quando tratou do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Bolsonaro é alvo de uma representação feita pelo PT, que acusa o presidente de ter realizado propaganda eleitoral antecipada na cerimônia de lançamento de linhas de crédito para aquicultura e pesca, realizada em janeiro.
Segundo a sigla, Bolsonaro fez um discurso em que teria insinuado que o ex-presidente Lula estaria "loteando ministérios", e que sua reeleição seria o retorno do "criminoso" à "cena do crime". Ainda, de acordo com o PT, as declarações foram feitas com o uso da rede de comunicação pública —a TV Brasil, pertencente à EBC, empresa pública.
Embora ainda não tenham feito anúncios oficiais, Lula e Bolsonaro são tratados pelos partidos e pelos institutos de pesquisa como pré-candidatos à Presidência da República em 2022.
Em manifestação ao TSE, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, disse que as frases de Bolsonaro questionadas pelo PT são isoladas dentro de todo o discurso e não têm potencial de influenciar o cenário eleitoral.
“As frases ressaltadas pela representação são isoladas e de curta extensão, no contexto do discurso proferido. A representação nada apontou de reprovável no período de mais de meia hora do evento que antecedeu ao pronunciamento das frases curtas contra as quais o Partido representante objeta. Essas palavras se mostram episódicas e avulsas”, afirmou Gonet Branco.