As novas denúncias envolvendo o Ministério da Educação levaram o presidente Jair Bolsonaro a efetivar no comando da pasta o até então ministro-interino Victor Godoy Veiga e não entregar o posto para o Centrão.
Segundo apuração, esse foi o principal motivo para Bolsonaro decidir oficializar o técnico à frente do ministério.
Logo depois da saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação, o presidente Jair Bolsonaro decidiu nomear interinamente o secretário-executivo da pasta Victor Godoy Veiga para o posto. Nos bastidores, aliados do governo defendiam que um nome ligado ao Centrão fosse nomeado mais à frente, depois que a poeira das denúncias no MEC baixasse.
Só que, desde então, novas suspeitas foram divulgadas, relacionadas a diretores do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) indicados por políticos do Centrão.
Bolsonaro passou, então, a ser pressionado por aliados a enquadrar o Centrão dentro do MEC para evitar mais desgaste para o próprio presidente.
Agora, o presidente decidiu efetivar Godoy Veiga exatamente para sinalizar que não pretende nomear um ministro com o aval de seus aliados no Centrão. Os próprios líderes do Centrão concordaram que não havia condições para que isso fosse feito neste momento.
Por outro lado, os apadrinhados do Centrão, principalmente no FNDE, mesmo com as denúncias feitas até agora, seguem em seus postos, no comando de um orçamento anual de R$ 55 bilhões. Recursos que têm sido utilizados para beneficiar aliados de partidos como PP, PL e Republicanos em seus Estados.