O impasse do palanque de São Paulo entre PT e PSB tem criado uma saia justa para o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) publicamente – mas, nos bastidores, Alckmin está a cada dia que passa mais fechado no apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT) ao Palácio dos Bandeirantes.
Apesar de fazer circular que apoiaria o palanque de Haddad e também de Márcio França (PSB), caso o ex-governador decida manter sua candidatura, Alckmin já tem estratégia casada com o petista: rodará o interior de São Paulo com Haddad, numa espécie de “roadshow”, para garantir apoio de suas bases tradicionais ao candidato do PT contra o bolsonarismo.
Segundo apuração, Fernando Haddad tem dito a aliados que a estratégia de 2022 precisa “começar pelo segundo turno”. Por isso, avalia a interlocutores que o apoio de Geraldo Alckmin num eventual segundo turno pode ser o “fiel da balança” para derrotar o adversário – que vê como sendo o ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, apoiado por Bolsonaro. Pesquisas internas do PT têm mostrado que Tarcisio, com apoio de Bolsonaro, tem espaço para crescer – o que preocupa o partido de Lula.
Para reagir a esse eventual cenário, o PT espera contar com Alckmin.
Haddad e Alckmin têm excelente relação desde 2013. Durante os protestos pela passagem de ônibus, em São Paulo, Haddad era prefeito e, Alckmin, governador. Diante da pressão, Alckmin telefonou para Haddad e disse que apoiaria qualquer medida da prefeitura. A equipe de Haddad repetia, à época, que nem o PT nem Dilma Rousseff, então presidente da República, haviam dado tanto apoio ao prefeito como o governador.