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Preocupado em perder eleitores, governo aposta em gestão de Adriano Pires na Petrobras para reduzir danos

Planalto espera que Pires consiga estancar e neutralizar efeitos eleitorais de decisões da estatal no preço do combustível
Amanda Omura

Amanda Omura

A escolha de Adriano Pires para o comando da Petrobras estava definida pelo governo Bolsonaro há cerca de dez dias. Foi uma escolha política, que ignorou qualquer sugestão de Paulo Guedes, ministro da Economia, e privilegiou o comando político do governo.
O nome de Adriano Pires surgiu após o governo decidir indicar Rodolfo Landim para o comando do conselho de administração da Petrobras.

Landim, que também preside o Flamengo, disse que aceitaria o conselho, mas que não estaria disposto a assumir a presidência da estatal, se isso fosse cogitado, pois não queria se desfazer de seus compromissos com o clube carioca. Foi, então, que Adriano Pires surgiu como substituto de Silva e Luna.

Faltava apenas comunicar ao general Silva e Luna que ele seria trocado, o que coube ao ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia; e o Planalto terminar de passar um pente fino no currículo de Pires para evitar problemas com a CVM.

Em momento algum, o governo cogitou manter Silva e Luna. Isso porque ele, para políticos do Centrão que comandam a campanha à reeleição de Bolsonaro, não tinha o traquejo político nem o conhecimento do tema que o Planalto precisa para, na versão de assessores políticos de Bolsonaro, “traduzir” à população as decisões sobre os combustíveis. E isso é prioridade para Bolsonaro no ano eleitoral.

É o preço do combustível o principal temor do governo, quando se trata de perda de eleitor.
Por isso a escolha de Pires: um nome que entende do assunto, já que ele é especialista no tema - diferentemente do general Silva e Luna - e que pode “traduzir” politicamente as medidas que forem tomadas pela estatal sobre combustíveis, com o objetivo de reduzir danos eleitorais.

O governo também tem a expectativa de que ele, por ter experiência na área, apresente alternativas e ideias para o preço dos combustíveis - agora, de dentro da estatal.

O Planalto também espera que a nova gestão da presidência da Petrobras faça uma espécie de resgate de gestões do PT na estatal, uma forma de, nas palavras de um interlocutor de Bolsonaro, relembrar o que foi feito para recuperar a imagem da Petrobras após a corrupção investigada pela Operação Lava Jato.

Em suma, o Planalto espera uma gestão com comunicação política de Adriano Pires no comando da Petrobras para estancar e neutralizar efeitos eleitorais de decisões da estatal no preço do combustível.

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