Com o aumento nos casos de dengue nas primeiras semanas do ano, a procura por testes no Brasil cresce tanto nas farmácias quanto em laboratórios. Há três tipos de exame disponíveis no Brasil para detectar a doença: antígeno NS1, sorologia e RT-PCR. A escolha vai depender do momento da infecção e dos sintomas.
Em meio a um surto que preocupa autoridades, o Brasil registrou mais de 364 mil casos prováveis da doença e 40 mortes confirmadas, segundo dados Ministério da Saúde atualizados até terça-feira (6).
O número de exames de dengue realizados na rede privada aumentou 101%, comparando a semana de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024 e a semana de 21 a 27 de janeiro de 2024, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).
As farmácias também registraram aumento na procura por testes rápidos de dengue: aumento de 650% nas farmácias Raia e Drogasil entre novembro de 2023 e janeiro de 2024; e aumento de mais de 170% de testes realizados em janeiro deste ano se comparado a dezembro do ano passado nas drogarias Pacheco e São Paulo.
Antígeno NS1, sorologia e RT-PCR
No Brasil, estão disponíveis três tipos de exames para diagnosticar a dengue: o antígeno NS1, sorologia e RT-PCR.
Carolina dos Santos Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde, explica os testes são empregados em momentos diferentes da evolução da doença.
Pesquisa de antígeno NS1
Quando é recomendado fazer: nos primeiros dias da infecção (até o 5º dia), quando o vírus está se replicando ativamente no organismo, permitindo um diagnóstico precoce da doença.
O que analisa: tem como alvo uma proteína específica do vírus da dengue, a NS1, que está presente nos 4 sorotipos da dengue.
Modalidades disponíveis: teste rápido na farmácia ou laboratório/unidade de saúde (via picada no dedo para coletar uma gota de sangue) e laboratorial (via coleta de sangue).
Sorologia
Quando é recomendado fazer: após o 6º dia de sintomas.
O que analisa: detecta os anticorpos produzidos pelo sistema imunológico do paciente em resposta à infecção.
Modalidades disponíveis: teste rápido na farmácia ou laboratório/unidade de saúde (via picada no dedo para coletar uma gota de sangue) e laboratorial (via coleta de sangue)
Teste de RT-PCR
Quando é recomendado fazer: deve ser feito nos primeiros dias, cinco a sete dias da doença, segundo Antônio Bandeira, membro diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O que analisa: detecta o material genético do vírus no sangue do paciente. Ele consegue determinar qual dos sorotipos está causando a infecção. Também é capaz de identificar o vírus mesmo em estágios muito iniciais da infecção, em alguns casos antes do surgimento dos sintomas clínicos.
Modalidade disponível: apenas em laboratórios e unidades de saúde (via coleta de sangue).