De sabor intenso e característico, apreciado por amantes da fermentação caseira e da alimentação saudável, o kombucha é um chá cada vez mais popular.
Contudo, especialistas ressaltam que a ciência ainda debate os populares benefícios da bebida, que tem um dos seus ingredientes fundamentais considerado como "quase uma incógnita", mas que mesmo assim movimenta um mercado de 19 milhões de reais somente no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Kombucha (ABKOM).
O que é, como é feito e onde surgiu?
O kombucha é um chá de sabor amargo, produzido a partir da fermentação (ou seja, o processo químico provocado por microrganismos que crescem na ausência de ar) de uma associação de bactérias e leveduras.
Esse agrupado, chamado de scoby (do inglês, symbiotic culture of bacteria and yeast), é o resultado da fermentação do açúcar, do chá, geralmente preto ou verde, e do líquido de uma produção anterior. O scoby se “alimenta” do açúcar ao longo de alguns dias, dando o aspecto gaseificado e o sabor agridoce característico da bebida.
Consumo apresenta algum risco para a saúde?
Os principais riscos estão associados ao consumo de uma produção artesanal. Ceconni explica que a possibilidade de intoxicação por chumbo, substância presente no pigmento de esmalte usado em alguns potes de cerâmica onde é feita a fermentação, é relatado em algumas pesquisas.
Tendo isso em vista, a especialista ressalta que os materiais mais indicados para a produção são o vidro e o aço inox.
Fora isso, além dos cuidados com os utensílios, a higiene nas etapas de preparação é fundamental para se evitar uma contaminação microbiológica.
O que se sabe sobre seus benéficos?
A lista dos alegados benefícios é imensa, vai desde regular a flora intestinal, reforçar a imunidade, ajudar no diabetes e até aumentar a resistência do corpo ao câncer.
Quais estudos precisam ser feitos?
São raros os estudos clínicos randomizados sobre o tema. Esses RCTs (do inglês, randomized controlled trial) são considerados “padrão-ouro” por fazerem uma análise bastante precisa: eles dividem grupos que recebem um determinado tratamento e outros placebo. Assim, os pesquisadores conseguem fazer comparações com mais rigor.
Em 2018, por exemplo, cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, fizeram uma análise do tipo: um grupo de pessoas recebeu água e o outro kombucha. Contudo, os resultados dessa pesquisa ainda não foram publicados.