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Na Suíça, homens paraplégicos conseguem andar com ajuda de dispositivo

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Amanda Omura

Três pacientes paraplégicos conseguiram andar, pedalar e nadar graças a um implante que estimula eletricamente a medula espinhal, anunciaram pesquisadores europeus em um estudo publicado na última segunda-feira (7) na revista "Nature Medicine".
Controlado por um tablet com "touchscreen", o dispositivo foi colocado nos pacientes por neurocirurgiões. Feito de 15 eletrodos que permitem a estimulação elétrica de várias partes da medula espinhal, o aparelho é resultado de 10 anos de estudo.

"Neste estudo, descrevemos um novo arranjo de eletrodos, com eletrodos posicionados precisamente para ativar toda a região envolvendo o controle do movimento do tronco e das pernas", explicou o autor sênior da pesquisa, Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne.
Os pacientes operados puderam dar seus primeiros passos na esteira de um laboratório quase que imediatamente após a cirurgia, embora o movimento não seja comparável a uma caminhada normal. "Não se deve imaginar um milagre imediato", explicou Courtine em entrevista coletiva.
O cientista esclareceu que, diferente de grupos anteriores – que aplicavam um campo elétrico bastante amplo, que ativava primariamente o dorso da medula espinhal –, o grupo dele colocou os eletrodos de forma mais lateral na medula. A intenção era acessar uma espécie de cabo que entra na medula espinhal.
"Dessa forma, pudemos ser muito específicos nas diferentes regiões da medula espinhal que ativamos. Isso é o que traz especificidade na estimulação", disse Courtine.
"[É] uma tecnologia muito mais precisa, que nos permitiu visar indivíduos com a forma mais grave de lesão medular – lesão medular clinicamente completa, sem sensação, sem movimento. E, no entanto, com essa tecnologia, eles conseguiram dar passos independentes ao ar livre, fora do laboratório", completou o pesquisador.

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