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Pessoas recebem sangue criado em laboratório em teste inédito

Se o sangue não for exatamente compatível, o corpo começa a rejeitá-lo, e o tratamento não funciona. A compatibilidade de tecidos vai além dos grupos sanguíneos
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Amanda Omura

Voluntários receberam transfusões de sangue criado em laboratório, no primeiro ensaio clínico do tipo no mundo, realizado por pesquisadores do Reino Unido.

Pequenas quantidades estão sendo testadas para ver como o sangue de laboratório se comporta dentro do corpo.

O objetivo desse teste não é substituir as doações de sangue por completo — a maior parte das transfusões de sangue vai sempre depender de doadores voluntários. A meta do experimento é fabricar sangue para grupos sanguíneos ultrarraros, difíceis de se obter com doadores.

É o caso de pacientes que dependem de transfusões de sangue regulares para condições como anemia falciforme.

Se o sangue não for exatamente compatível, o corpo começa a rejeitá-lo, e o tratamento não funciona. Este nível de compatibilidade de tecidos vai além dos conhecidos grupos sanguíneos A, B, AB e O.

A professora Ashley Toye, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, afirma que alguns grupos são "muito, muito raros" — e "pode ​​haver apenas 10 pessoas no país" capazes de doar.

No momento, existem apenas três unidades do grupo sanguíneo "Bombay" — identificado pela primeira vez na Índia — em estoque em todo o Reino Unido, por exemplo.

Como o sangue é criado?
O projeto de pesquisa é conduzido por equipes de Bristol, Cambridge, Londres e do NHS Blood and Transplant, órgão do sistema público de saúde do Reino Unido. Ele se concentra nos glóbulos vermelhos que transportam oxigênio dos pulmões para o resto do corpo.

É assim que funciona:
O teste começa com uma doação normal de cerca de 470 ml de sangue;
Esferas magnéticas são usadas para "pescar" células-tronco flexíveis que são capazes de se tornar um glóbulo vermelho;
Essas células-tronco são incentivadas a crescer em grande número nos laboratórios;
Depois, elas são direcionadas a se tornar glóbulos vermelhos.

O processo leva cerca de três semanas e uma reserva inicial de cerca de meio milhão de células-tronco resulta em 50 bilhões de glóbulos vermelhos.

Estes são então filtrados para se obter cerca de 15 bilhões de glóbulos vermelhos que estão no estágio certo de desenvolvimento para transplante.

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