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Por que gritos e socos não conseguem aliviar a raiva

Desabafar a raiva pode parecer uma boa ideia, mas não há a menor evidência científica para apoiar a teoria da catarse
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Amanda Omura

Você fica com raiva, seu sangue ferve, todo o seu corpo fica tenso e você tem vontade de destruir o que está ao seu redor — enquanto grita, talvez alguns palavrões.

Isso quando não sente que pode enfrentar qualquer pessoa ou coisa que surgir em seu caminho.

Engolir tudo isso não pode ser bom… certo?
É melhor tirar isso de você. Essa catarse parece ser até mesmo útil. Como se você tivesse tirando o vapor de uma panela de pressão.

"Existe um mito comum de que liberar a raiva é uma forma produtiva de lidar com ela", aponta Sophie Kjærvik, autora de uma metanálise de 154 estudos sobre a raiva com mais de 10 mil participantes.

Os cientistas descobriram que liberar agressivamente a raiva para aliviá-la é muitas vezes contraproducente, já que pode intensificar e prolongar o sentimento.

O veredito é claro: desafogar a raiva com gritos e violência não é um passo em direção ao processamento saudável de emoções.

E, tendo em conta que, como diz o estudo, essa é "uma emoção desagradável da qual a maioria das pessoas quer se livrar" e que "de todas as emoções desagradáveis, é também a mais difícil de regular", encontrar a melhor forma lidar com isso é essencial.

Então, o que funciona?
Em termos mais simples, as técnicas que acalmam são as melhores para combater a raiva.

Vale a pena tentar qualquer coisa que reduza a excitação fisiológica, desde meditação, atenção plena (mindfulness) e ioga — ou simplesmente respirar ou contar até 10.

Por outro lado, nem todos os exercícios físicos têm o mesmo efeito.

"De acordo com a nossa metanálise, esportes com bola e aulas de educação física são realmente bons para reduzir a raiva. Acreditamos que isso ocorre porque eles introduzem um aspecto do jogo que induz emoções positivas."

“Há também um aspecto social, pois você interage com outras pessoas e talvez até recebe um retorno positivo do seu treinador.”

Em contrapartida, "achamos que correr tem um efeito negativo porque é mais monótono, é mais tedioso para muitas pessoas."

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